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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vejo assim


Vejo uma criança sendo arrastada por um carro
Uma menina jogada de um prédio
E o povo ávido em busca de culpado
Vejo casas após um estrondo vindo ao chão
Vejo a tragédia no Haiti tirando o seu sarro
Vejo o preconceito sendo despido e mostrado
Vejo a maldade por puro gosto com um irmão
Vejo a morte levando bons homens
E de velhos nomes vai se fazendo a política
Vejo crianças fora da escola
Escolas sendo fechadas
E crianças empunhando armas
Vejo as mídias escrachadas
E com uma desnuda critica
Vejo uma mãe salvando seu filho numa bravura calma
E filho matando pais em plena loucura da alma
E vejo a dor nos olhos de uma mãe
E com os olhos uma criança descobre o mundo
Vejo a esperança abraçada a mim num poço fundo
E a fome dormindo numa esquina bem em frente a mim
E a pobreza com isso rir no fim
Vejo a minha morte
E com isso temo a minha própria sorte
Vejo cores diferentes com apenas um semblante
Por isso não espero atitudes iguais do diferente
Vejo com medo o meu vizinho e sinto o medo dele por mim
Vejo assim, por isso seria melhor nascer cego
Para me libertar do meu próprio ego
Vejo as nossas crianças
E não me pergunto que mundo vou deixar para elas
Mas que adultos ao mundo vou oferecer
Me despeço da amada por não conseguir ver
O beijo que não ofereci por não poder.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Releituras -As 10 músicas que eu mais ouço.

Essa postagem gostei muito do resultado, as pessoas dizendo o seu gosto musical, e por isso decidir repetir, pra quem já notou estou repetindo postagens esse mês. E mês que vem digo que cantores tem me agradado.


Hoje aqui em Salvador está chovendo muito, e quando acontece isso costumo pegar meu mp3 e ouvi-lo debaixo do corbetô. Ai veio a ideia de compartilhar com vocês as músicas que ouço mais.
Essa primeira postagem só vão ser nacionais, depois faço uma lista das internacionais que gosto. Quem comentar sugiro também que faça sua listinha ou diga se gosta de alguma música da lista.

1- Garganta- Música de Totonho Villeroy, interpretada por Ana Carolina. A música nasceu quando Villoroy viu um dos shows da Ana lá em BH, e foi até o camarim dela e entregou a letra a ela, daí nasceu o primeiro grande sucesso dela.

2-Amado- Música de Vanessa da Mata, interpetada pela mesma. Foi tema da novela A favorita da rede Globo e foi música do terceira cd, Sim. Eu adoro essa música, principalmente por causa da voz de Vanessa, como também adoro a voz da Ana, acho bem diferentes as vozes delas. Ah também gosto de Ai Ai Ai.

3-Malandragem- Música da parceria de Cazuza e Frejat. Que marcou na voz inconfundível da Cássia Eller, presente de Cazuza a musa do rock.

4-Os cegos do Castelo, de autoria de Nando Reis, interpretado pelo mesmo, pra mim um dos melhores compositores da atualidade. Essa música também faz parte da história dos Titãs, hoje ele canta com a banda os infernais.

5-Faroeste Caboclo- de Renato Russo, da banda Legião Urbana. Pra mim um dos melhores compositores de todos os tempos, viajo nas músicas dele. E a letra dessa música daria um filme.

6- Lama- Música de Meg Stock, a vocalista sexy da banda Luxúria, a qual pertence a música, uma banda de rck pesado, mas com uma levada para o pop.

7- Equalize- Letra de Peu Souza e Pitty, gosto dessa música que faz me lembrar de uma pessoa que amei muito. O clipe é maneirissimo, bem ao estilo Pitty de ser. Ah tenho que falar sobre o Me adora, que é massa essa música.

8-Faz parte do meu show- Música da parceria de Cazuza com Renato Ladeira, música com letra forte, mas muito bonita na voz de Cazuza. Música que fez parte do cd o Tempo não para.

9-Aonde quer que eu vá- de Paulo Sérgio Valle e Herbet Vianna, sou fã declarado da banda Paralamas do Sucesso, indico essa com vontade de indicar todas.

10-Martelo bigorna- Do grande compositor Lenine, a música foi tema de Yvone em caminho da Indias, e acho que muita gente se identifica com a letra da música, eu pelo menos sim.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Releituras.

Por que sei que o que sinto é amor.

Eu te amo
Por que te amo?
Te amo, porque te amar me faz bem
Amor é estado de graça
Amor não tem contra-indicação
Pois te amar me torna sereno e calmo
Não quero sentir isso por mais ninguém
A não ser por você
Te amo porque ao olhar direto nos seus olhos
Enxergo que sou importante pra você
Te amo porque toda vez que meus lábios
Se encontram com os seus descubro que com você
Vou estar quando meus cabelos ficarem grisalhos
Amor não tem idade, sexo e nem raça
Amar você é como estar ouvindo a mais doce melodia
Que me faz ter a certeza que quero ficar com você a cada dia
O nosso amor é quente, forte e um máximo
Somente com você me sinto mais homem
Quando ouço a sua voz quente no meu ouvido dizendo:
Eu te amo
A noite é apenas mais uma noite sem você
Mas quando estou entre seus braços ela se torna só emoção
Ficar preso na suas pernas é o que estou sempre querendo
Sei cada detalhe do seu rosto
A quantidade de pêlos no seu peito
Todas as suas fraquezas e virtudes
Te amo pela suas atitudes
Te amo pela sua franqueza
Te amo pela sua teimosia
Te amo pela sua preguiça
Não preciso mostrar a essa porra de mundo
Se o que sinto por você é amor
Se o nosso amor é certo ou errado de acordo com a natureza
Só sei que a cada dez palavras, nove é o seu nome
Você está no meu café da manhã, almoço e jantar
Que você me conhece mais do que a mim mesmo
Que peço aos céus, ao mar ou sei lá o quê
Que você não deixe de me amar
Não sei se o que sinto é amor
Também não isso que importa
O que importa é que quando estou ao seu lado
O mundo acaba e só resta nós dois.

Versos bacantes.


Quero o beijo da Sylvia de dia
E de noite me atracar com Raquel nos matos
Parecendo dois insensatos
Quero Renato percorrendo todo o meu corpo
Jaqueline vou te arrombar
Luís quero dá pra você
Amanda espera que ainda vou fuder com você
Guilherme tire logo a calça
Tereza não pare, adoro a sua ousadia
Daniel fique por cima de mim essa noite
Lucas não fique parado assistindo tudo de camarote
Me dê um pouco do seu cangote
Essa noite não quero uma noite falsa
Por isso pode vim também Leda, Marcos e Escobar
Para se ter uma festa de pernas e tripés
Corpos quentes
Bocas calientes
Essa noite quero tudo
E a todos
Os seios de Camila
O abdômen de Flávio
A vagina de Sophia
E o falo de Otávio
Quero gozar dentro de Mariana diversas vezes
E não esquecer Fernando queimando dentro de mim
Essa noite eu sou de Carlos, Cristina e Priscila
Quero homens com H e até mulheres que curtem os dois sexos
Hoje pode estar na minha cama Yasmim
Amanhã posso querer Oscar nela
E você o que tem haver com isso?
Você pode gostar de homem ou de mulher
Eu prefiro variar o cardápio
E você porque se incomoda com isso?

Releituras.

Em uma das minhas noites em surto escrevi.


Gostaria de voltar a ser menino
A pensar e agir como menino
Mas minha mãe diz que homem não chora
Gostaria de errar menos a cada hora
Sei que não sou perfeito
Talvez você não entenda o meu jeito
Cansei de ouvir o que acham o que é certo para mim
Queria que certos momentos não tivessem fim
Não quero mais esperar na janela o beijo que não recebi
Envelheci você pensa que não percebi
Deveria conversar mais com Deus
Queria ter o poder de fazer previsões
Para enxergar um mundo sem guerra, fome , doenças e aflições
Cansei da minha falsa modéstia
Quero tirar do meu dicionário a palavra angústia
As vezes me sinto tão carente
Sinto falta de ser elogiado pela família
Desejo o colo da minha mãe
Descobri que minto as vezes
No futuro você quer plantar que semente?
O que me perturba durante o dia?
Vou fazer uma revolução, não de armas, mas de amor
As palavras deveriam sair como flor
Cansei dos seios perfeitos e da bunda empinadinha
Descobrir que não acredito mais na política
Não gosto de ouvir critica
Me pergunto o que está acontecendo com as nossas crianças
Por que elas morrem e sofrem?
As vezes gostaria de ver Cristo para saber se isso é justo
Não quero a glória a qualquer custo
Deveria crer que existe novas esperanças
Queria ser dono de uma ideia genial
Sei que não sou um bom poeta
Queria caminhar com Gandhi pelas águas do Ganges
Queria pilotar uma motocicleta e sair pelo mundo
Queria fazer rir como o saudoso Bussunda
Queria estar alerta para ouvir outra vez os Mamonas tocar
Gostaria de continuar viajando com as músicas do Renato
Eu não nasci para ser beato
Choro, mas cadê lágrimas, fico sem ar
Acho que não sei o que sou de verdade no fundo
Queria gozar entre as pernas da Madonna
Beijar a Angelina Jolie
Comer o Gianecchine
Ter por uma noite em minha cama a Luana Piovani e a Fernanda Lima
Queria sentir outra vez o corpo quente da pessoa que amo
Queria me libertar das dúvidas, ir pra zona
Esquecendo o que é certo ou errado talvez haja rima
Não desejo sofrer, quero ser livre caminhando sem rumo
E por fim, não menos romântico
Gostaria de morrer de amor.


Apenas versos

Eu sonhei ontem com um mundo
No qual eu queria estar.
Um mundo onde podia assistir comédia
Sem lembrar os meus dramas
Um mundo onde as pessoas não procuravam fazer média
Um mundo onde homens não batessem em damas
Um mundo onde meninas não ficassem na rua
Em busca de poucos trocados, ao invés de suas quentes camas
Um mundo onde pudesse beijar meu namorado
Sem me importar o que certas pessoas vão pensar
Um mundo onde uma palavra de afeto
Fosse mais importante do que armas
Um mundo sem desorientado governo
Um mundo cheio de olhares de crianças
Um mundo onde não houvesse ninguém sendo maltratado
Um mundo onde homens tivessem esperanças
Um mundo que não fosse chamado apenas de moderno
Um mundo onde eu pudesse crer que Deus me ama
Um mundo onde voltasse a receber o amor dos meus filhos
Um mundo onde eu pudesse ser perdoado dos meus erros já cometidos
Um mundo que não tivesse formas de pensar tão antigos
Um mundo onde eu não notasse que cresci para ficar com meus amigos
Um mundo onde amigos não procurassem alívio através de um pico
Um mundo que não dissesse que não era rico
Um mundo onde todos fossem considerados iguais independente da cor
Um mundo onde pudesse encontrar Deus
Através dos meus orixás, santos, espíritos e anjos
Quem te disse que a minha forma de chegar a Deus é errada?
Na verdade todos buscam explicar o inexplicável
Um mundo onde não se enxergue mais dor
Um mundo em que eu não me surpreendesse com a maldade humana
Um mundo que não se comemorasse o lamentável
Um mundo onde não se perdessem vidas por nada
Ao fim do meu sonho uma voz me perguntou:
-Quando esse mundo vai ficar parecido com o mundo dos seus sonhos?
Aí eu respondi:
-Quando todos se derem conta do que vale verdadeiramente, que é amar.

domingo, 18 de abril de 2010

Releituras -Bem.

Uma mulher e uma criança cantando uma música com o som ligado, o carro em alta velocidade. Era uma noite chuvosa.
Ao acabar a música riem.
-Jean já mandei colocar o cinto.
-Eu não gosto.
-Pegue aquele CD para mamãe.
Ele pega e entrega a ela.
-Amanhã vamos à casa de vó Nide?
-Não sei; depende se amanhã eu não for para o jornal, vamos comer...
-Batata frita! - falam juntos.
Aparece um ônibus na contramão, ela vira o carro, e este capota várias vezes até parar e ficar só o silêncio nessa noite chuvosa.
No hospital ela abre os olhos e ver a Mãe, Dona Neide e o irmão Cláudio.
-Filha, graças a Deus você acordou.
-O que aconteceu?
-Você capotou o carro...
-O meu filho?
Dona Neide olha para Cláudio.
-Ele está bem, descanse. Amanhã você faz alguns exames e talvez já saia na próxima semana.
Ela deita e fecha os olhos, ao voltar a acordar ela ver o filho se aproximando com um buquê de rosas. Ela sorrir com lágrima nos olhos, se abraçam.
-Estava já com saudade. Você está lindo! Eu não pensei em mais nada, a não ser te proteger naquela hora.
-Eu sei... Estou aqui com você agora.
No dia seguinte ela acorda e não ver o buquê de rosas.
-Bom dia. Como se sente? - a enfermeira.
-Onde está o buquê de rosas que o meu filho deixou para mim?
-Não tinha nenhum buquê quando entrei aqui Dona Patrícia.
-Um buquê não some de uma hora pra outra. Criou asas?
-Vou procurar saber, agora se acalme. É melhor para a sua saúde.
Uma semana depois ela recebe alta, entra no banco traseiro do carro, o irmão no banco do motorista, ela deixa a porta aberta para o filho entrar, este entra e se dão as mãos.
Ela chega em casa, Jean sobe logo para o quarto. Ela anda por toda a casa e conversa com a empregada.
-Nossa fiquei todo esse tempo em coma.
-Aconteceu muita coisa senhora.
Ela entra no quarto do filho, abre o armário, não há mais roupas dele. Ela desce.
-Socorro, onde estão as roupas de Jean?
-Dona Neide mandou dá para um abrigo.
-Aqui o dinheiro, compre roupas novas para ele.
-Mas...?
-Está esperando o quê?
No almoço.
-Cadê o prato de Jean? Também deram?
-É que...
-O meu filho almoça comigo. -colocou o prato na mesa.
Os dois na mesa
-Não vai comer? Mandei fazer o seu prato preferido.
-Estou sem fome, onde estou não preciso disso.
-Não vai estrear nenhuma das roupas que mandei comprar? Não gostou delas?
-Eu te amo mamãe, me perdoa por não ter dito isso antes.
-Eu te amo também filho. Muito... Muito.
Ela enchuga os cabelos dele depois do banho.
-A sua orelha ainda está suja. Tem que voltar pro banho. -faz cócegas nele.
-Não... Ai. -rindo.
Ele deitado na cama, ela deita com ele.
-Era uma vez num planeta muito distante que tinha um menino muito valente...
-Que havia vencido um dragão. Essa você já contou, não vale.
Ela rir.
-Acho que não estou mais uma ótima contadora de história.
Ela ao acabar a história boceja.
-Não vai dormir?
-Quero olhar mais uma vez o seu rosto para nunca mais esquecer dele.
-Você sempre vai poder ver o meu rosto querido, que besteira. - alisa os cabelos dele - Você é todo o seu pai, que pena você não poder ter o conhecido. Ele dizia que iria jogar muita bola no campo aí fora com você.
Ao amanhecer Jean sofre um acidente, um jarro cai em seu pé.
-Filho! Se machucou? - ela se espanta por ele não estar ferido.
Ela olha para ele.
-Eu estou bem mamãe.
Jogam cartas a tarde toda. Uma semana depois Dona Neide vai visitar a casa da filha e a empregada a leva até a janela para ver a filha empurrando uma cadeira de balanço sem ninguém sentado nela.
-Ela conversa sozinha. Não sai do quarto o filho. Eu estou com medo, Dona Patrícia não está bem.
Dona Neide marca um almoço com o filho num restaurante.
-Você contou a Patrícia que Jean morreu naquele acidente?
-Não. - começa a chorar Como vou contar que aquele menino que corria pela casa toda, brincando, sempre sorrindo, não está mais entre nós se nem eu acredito que isso aconteceu? Ela morreria mamãe, ela não aguentaria mais essa perda.
Dona Neide visita à filha, quem abre a porta é Patrícia.
-Mãe.
-Posso entrar?
-Claro.
Entram e sentam-se no sofá.
-Jean não demore no banho! Sabe Jean não parou com a mania de brincar debaixo do chuveiro. - ela nota o rosto fechado da mãe - O que foi?
-Jean está morto.
-Que brincadeira é essa? Eu terminei de falar com ele. Você quer vê-lo?
-Chega Patrícia! - ela chorando - Jean foi arremessado para fora do carro, ao chegar à ambulância no local ele já estava morto, morto, lamento. Ma você tem que compreender isso.
Ela sobe para o quarto do filho, o procura.
-Jean.
Entra no banheiro, o banheiro está seco.
-Não! - ela dá um grito e começa a chorar.
A mãe aparece e a abraça.
-Eu quero ver onde ele está enterrado.
Ela ficou um bom tempo parada em frente ao túmulo do filho para ver se acreditava no que os seus olhos estavam vendo.
Em casa, ela de frente ao espelho com os olhos vermelhos de tanto chorar, sente a mão do filho tocando a sua mão, ela vira o rosto e o ver.
- Por que não eu? Era para eu morrer, não você. Isso é injusto, não são as mães que tem que enterrar os filhos. Eu daria tudo para ter você de volta.
-Eu sei mamãe. Eu vim dizer que não vou mais aparecer, eu só queria viver o que eu vivia e sentia que era o quanto era feliz com você. Eu não vou está mais nessa casa, mas vou está aqui, no seu coração.
-Você sentiu dor?
-Eu nem senti, foi rápido, eu estou bem, estou com o meu pai.
Ela começa a chorar.
-Não vá, fica. Não me deixe. Você é o meu bem mais precioso, você sabe disso.
-Eu sei. - beija o rosto dela.
Ela fecha os olhos, ao abrir, ele não estava mais lá.
Ela preparando o almoço com a mãe.
-Jean falou comigo outra vez, disse que está bem, que está com o pai. - começa a chorar.
-Eu adoraria acreditar que você viu o Jean, que falou com ele, esteve com ele. Eu adoraria que ele não fosse só uma lembrança de quando ele corria pela casa gritando Vovó... Vovó e comendo a batata frita que eu fazia especialmente pra ele. Eu também gostaria de estar com ele.
-Eu falei com ele, acredita em mim, eu não estou louca.
-Os mortos não voltam filha.
Alguns anos depois.
Num hospital, Patrícia e colegas de trabalho visitam um colega que está internado com pneumonia na ala para soropositivo.
Ela ao sair ver uma mulher discutindo com um médico.
-Você disse que o meu filho não morreria.
-Lamento, mas saiu do controle, ele não se recuperou como esperávamos.
-Quero o meu filho de volta.
O médico a deixa, ela chora. Patrícia se aproxima.
-Desculpa, não teve como não ouvir.
A senhora olha para ela.
-Eu também perdi um filho, e eu não tive a oportunidade de me despedir dele, de me preparar pra esse sofrimento. Ele morreu num acidente de carro no qual eu sobrevivi e você mesmo tendo esperanças de que seu filho se curasse da AIDS sabia que um dia que esse dia chegaria. Não quero comparar as nossas dores, não cabe essa hora saber de quem é a dor maior. Ensinaram a nós mães a colocar pessoas no mundo, mas não a perdê-las. Sabe que mesmo com essa fatalidade que ocorreu em minha vida, eu fui abençoada, porque tive a oportunidade de depois de me despedir do meu filho. Não são todas as mães que tem essa oportunidade.
-Que espécie de pessoa você é? Louca?
-Não, eu só quero lhe dizer que o seu filho está bem, está sorrindo agora para você. Ele é alto, forte, cabelos e olhos castanhos, tem a sua boca e os olhos do pai e ele detesta o nariz dele, fazia o que mais gostava, que era tocar bateria, ele se tratava só por sua causa, pois ele não gostava do sofrimento que isso causava nele. Ele se libertou.
-Como você sabe de tudo isso sobre o meu Marcelo? - chorando.
-Ele me contou, está agora do meu lado.
-Deixa vê-lo, quero vê-lo pela última vez... - se abraçam.
A mulher depois entra no quarto onde o filho estava e ver em cima da maca uma rosa, começa a chorar. Todo o dia Marcelo dava rosas vermelhas a ela, pois sabia que as rosas vermelhas eram as preferidas dela, ela beija a rosa.
-Obrigada filho.
Em casa, numa mesa no jardim reunidos Patrícia, Neide, Cláudio e a esposa com o filho de 4 anos.
-Não vai casar novamente Patrícia? É jovem, pode ainda ter filhos. - A esposa de Cláudio.
-Acho que nada vai recuperar esse vazio que sinto no meu peito.
-Mas um filho e um marido não vão retirar o espaço já ocupado no seu coração por Jean e Fausto. - A mãe diz.
-É minha irmã, todos têm o direito à felicidade, eu tenho a certeza que eles não querem te ver assim. - O irmão.
-Mas quem disse que não sou feliz? Sou feliz, pois poucos tiveram a sorte de ter uma filho tão amado e um esposo tão devotado quanto eu tive.
-João Gabriel não entre aí. Aí esse menino.
-Deixa que vou pegá-lo.
Patrícia entra em casa e encontra João Gabriel chorando diante de um retrato em que havia Jean e ela abraçados.
-Sua mãe está te chamando para voltar para sua casa.
Ele alisa os móveis e vira-se pra ela.
-Ma esta é minha casa.
Ela se aproxima dele, se abaixa para ficar na mesma altura que ele.
-Onde está o seu pai?
Ele sobe a escada, ela o segue, ele entra no quarto de Jean, abre uma gaveta e entrega um desenho a ela, que o Jean desenhou, o pai e ele jogando bola. Ela se emociona e se segura na parede, coloca a mão na boca.
-Obrigada.
Saem do quarto, fecham a porta. Ela coloca uma da mãos na cabeça dele e somem pelo corredor.

Releituras.

Só para não deixar de escrever.


Ontem escrevi versos
Guardo para te mostra na próxima estação
Quero ficar a noite toda sem noção
Convidar um amigo para dividir a cama comigo
Para dialogar coisas de menino
E depois tomar um porre para falar coisa de embriagado
Quero construir uma casa numa ilha e viver sossegado
Quero conhecer uma menina para dizer a ela que viver sem ela não consigo
Não sou preso a vaidades
Como meninas e meninos quando tenho vontade
Vou fuder entre suas pernas de um jeito indescritível
Não gostaria de ser a você um menino tão suscetível
Quem disse que quero herdar o Paraíso?
Santidade não é comigo!
Vou violentar o teu rosto
Para descobrir se sinto gosto
A minha verdade ninguém sabe
Sou desses que tem um álibi escondido
Vou me esconder nesses versos que prometi
Encontre-me se for capaz
Na próxima semana vou te pedir em casamento
Esses versos vão servir para lembrar esse momento.


Sexo sem vergonha.

Para começar vou bater uma punheta com a mentira
Levar para a cama a ousadia
Comer uma puritana numa noite de putaria
Gozar na cara da impunidade
Meter o pau na corrupção
Desvirginar a liberdade
Dizer o que é imoral no meio da sacanagem
Dá para a economia
Inventar uma posição para a pobreza
Me excitar com a inveja
Rolar no chão e ser chamado de lagartixa pela globalização
Perder entre as minhas pernas a porra da nação
Despir a mídia
Ficar vermelho com o que posso fazer na tristeza
Abrir as pernas da educação
Levar para um inferninho a ruindade
Chupar a idoneidade
Tarar a vaidade
Ir pro segundo tempo com a bandidagem
Fuder com o preconceito
Furar a burguesia
Fazer um bacanal da violência
Convidar a arrogância para uma suruba
Quem sabe curtir um swing com a hipocrisia
E de quebra ainda trepar com a estupidez
E achar gostosa a esperança
Fazer um filho na ignorância
E gemer diante da paz.

domingo, 11 de abril de 2010

Deixo aos vermes.

Tudo isso me cansa
O céu não há mais estrelas
E as manhãs já não são mais belas
As rosas não tem cores
E não tenho motivos para risos
Minha carne fracassada entregarei aos vermes
E vão sentir o frio da minha epiderme
Não terei mais amores
Nem a angústia de não poder pgar ao vizinho
Não mais me desviarei do caminho
Não mais levarão meu dinheiro
Nunca mais sentirei o teu cheiro
O que só sobrará é um corpo inerte
Inerte há muito tempo
Sem cor
Sem amor
Com dor
Estou morto, sepultado e enterrado
Ofereço o meu corpo fétido e putrefado
A todos aqueles que não deram ouvidos
Se existe eternidade
Espero descanso da minha enfermidade
Com prazer fiquem com a minha morte.

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