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sábado, 20 de novembro de 2010

Recomendo: O quinze

Nesse mês a autora Rachel de Queiróz completaria 100 anos. Ela morreu em 2003 aos 93 anos. Foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de letras, e vendo um especial na Globo news me lembre do primeiro livro que li dela.
Em O quinze, primeiro  romance de Rachel de Queiroz, a autora exprime intensa preocupação social, apoiada, contudo, na análise psicológica das personagens, especialmente o homem nordestino, sob pressão de forças atávicas que o impelem à aceitação fatalista do destino. Há uma tomada de posição temática da seca, do coronelismo e dos impulsos passionais, em que o psicológico se harmoniza com o social.
A obra apresenta a seca do nordeste e a fome como conseqüência, não trazendo ou tentando dar uma lição, mas como imagem da vida. título se refere a grande seca de 1915, de que Rachel de Queiróz tanto ouviu falar na infância.
A trama se dá em dois planos, um enfocando o vaqueiro Chico Bento e sua família, o outro a relação afetiva de Vicente, rude proprietário e criador de gado, e Conceição, sua prima culta e professora.
Conceição é apresentada como uma moça que gosta de ler vários livros, inclusive de tendências feministas e socialistas o que estranha a sua avó, Mãe Nácia - representante das velhas tradições. O período de férias, Conceição passava na fazenda da família, no Logradouro, perto do Quixadá. Apesar de ter 22 anos, não dizia pensar em casar, mas sempre se "engraçava" a seu primo Vicente. Ele era o proprietário que cuidava do gado, era rude e até mesmo selvagem.Conceição convence Mãe Nácia a partir. Vicente quer ficar, salvar o gado. Dona Maroca manda soltar o gado. Chico Bento vende as reses e parte com a família. Chegará à Amazônia? Não consegue as passagens e vai indo a pé. Um retirante em meio à seca. A fome e o cangaço. Este é um drama da terra.
Excelente livro para refletir sobre as diferenças regionais do nosso país, a partir dessa leitura entendemos um pouquinho mais sobre o regionalismo e principalmente sobre a seca que há tempos assola o nordeste. O romance não vivido por Conceição e Vicente foi que deixou a desejar pois os argumentos para eles não se relacionarem eram fracos e não convincentes. O melhor do livro é que ele não teve desfecho e dessa forma nos permite usar nossa visão, romantica ou realista, de vida para dar continuidade a história dos personagens.

Quero você! - Capítulo I

III

1985.

Logo já estava eu com oito anos e não era mais aquela criancinha que corria pela casa e nem o menino de olhos castanhos cheios de curiosidade, afinal tinha descoberto o mundo. Como eu era bobo, mal sabia eu que o mundo de possibilidades  não tinha se aberto diante dos meus olhos.
Faltei apresentar meus irmãos Lúcio, que já se encontrava no alto dos seus 11 anos e Clara ainda com os seus 6 anos. Lúcio passava a maior parte do dia jogando bola, sua paixão e Clara ainda estava na fase dos olhos cheios de curiosidade e ser o mimo da casa.
Lúcio amanhã iria fazer um teste na escolhinha para entrar no time, e o meu pai o cobrava para que obtesse um bom resultado.
As 19 hs como era costume lá em casa todos já estavam a mesa para jantar.
-Gostou da boneca Clara?
-Gostei tia.
-Está paparicando muito essa menina Rita. -fala Fausto -Lúcio vai treinar mais um pouco lá fora fora antes de dormir.
-Mas já treinei a manhã toda.
-Treine mais ora.
Lúcio se levanta.
-Lúcio termine o jantar. -fala Rita, mas Lúcio se retira ao olhar para o pai e sem falar nada, Rita se vira para Fausto -Você não pode impor os seus sonhos frustados em cima do menino. Se ele não quiser ser jogador de futebol?
-Ele vai ser jogador de futebol. Deus há de querer! Eu vou ver o treino dele, ele é muito macetoso.
-Deixo que eu lavo a louça -Se candidata Lourdes.
Lourdes vivia lá em casa e depois da morte de mãe não arredava os pés de lá, ficava o dia todo em casa.
-Sabe o Valdir, o menino da escola de Bíblia, foi expulso da igreja e da congregação.
-Por que mãe? -Pergunta tia Rita.
-Descobriram que ele namora um rapaz rua de trás. Uma pouca vergonha.
-Nossa um menino tão bom. -Lourdes.
-O Diabo minha filha, tenta...tenta, temos que estar alertas. Do que adianta ser tão conhecedor da palavra se não a coloca em prática? Deus me livre e guarde de ter essa desonra na família. Prefiro ter um neto marginal morto do que um neto que dê pra viado. Que leva o nome da família na lama junto com ele.
Aquelas frases da minha avó não saíram da minha cabeça. Valdir teve que sair da cidade, ir para o interior.
Ele levou uma surra de alguns rapazes, e a família está envergonhada com as atitudes dele. Era um rapaz bom, ensinava a palavra, sabia todos os cânticos, doutrinava, escrevia versos falando de Deus, e sempre tinha uma palavra acolhedora para quem quisesse ouvir. Mas todas essas qualidades desapareceram quando souberam que ele gostava de rapazes.
Era como se fosse uma doença, nem poderia se comentar nos lares sobre o assunto.
Mesmo sem compreender o que estava acontecendo eu fui ver ele sair da cidade. Estava com olhos tristes, cabisbaixo, envergonhado e essa cena me tocou e me marcou e eu a partir daquele momento guardei para mim a palavra homossexual.

domingo, 14 de novembro de 2010

Mais uma listinha.

Decidir fazer uma listinha de cenas inesquecíveis de novelas. Amo assistir novela, mesmo que as vezes ela não eduque. Como sempre gostaria que quem comentasse dissesse sua cena inesquecível. Observação: Eu tenho 22 anos, então vão ser das novelas de 22 anos atrás, das que eu assistir, contando até a que passou pelo Vale a pena ver de novo, e a numeração não significa ordenamento.
01.
Essa cena foi uma grande sacada de João Emanuel Carneiro, e Patrícia Pillar arrasou no papel, uma das melhores novelas, pareceu até filme terror, uma grande inovação.

02.
Essa cena foi muito tocante, parabéns a Carolina Dieckman que se entregou a essa cena.

03.
A personagem de Mulheres apaixonadas virou simbolo da luta da violência contra a mulher.

04.
Catarina de A Favorita, selecionei duas cenas, uma em que ela apanha de Leonardo e outra que ela said e casa, Lilia Cabral pra mim é a melhor atriz junto com Glória Pires no Brasil hoje em dia. Ela faz uma cena que se nota a entrega dela para a personagem, você não vê a atriz e sim personagem, a mesma coisa que aconteceu com Patrícia Pillar com a sua Flora.


05.
Alinne Moraes, pela sua personagem Luciana, essa cena é tocante demais, e ela tem sido um grande presente na atualmente nas novelas.

06.

O acidente de Maysa, eu não conhecia essa cantora, e acho que muitos jovens como eu também, e me apaixonei pela microssérie, a atriz Larrissa Maciel é parecidíssima, e na cena do acidente você fica com noção clara que está vendo a própria cantora. Obrigado Manoel Carlos por esse presente.

07.
A morte de Fernanda em Mulheres apaixonadas, me lembro que essa cena foi muito esperada, e o resultado saiu excelente.

08.
Isabel apanha da mãe, a globo sempre revela grandes talentos, e nessa cena ficou pau a pau em talento.

09.
A nudez de Angela Vieira em Ciquentinha, sem comentários, a mulher estar em forma.

10.
Laura apanhando de Maria Clara, gosto muito das novelas de Gilberto Braga, e ele que começou ( me corrijam se estiver errado) em castigar vilões antes da final da novela.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Releituras- Curtas urbanas.

Hoje com a modernidade os filhos têm que se conformar com o divórcio dos pais. Até aí "tudo bem", mas quando você já é crescidinho o que fazer? É isso que está acontecendo com Glauber, a mãe vai morar com ele, só que Júlia detesta a sogra e vice-versa.


Visita indesejada.

Júlia chega em casa e encontra a sogra no sofá assistindo TV.
-Boa noite querida!
-Boa noite... -ela chama Glauber com os olhos -O que é isso?
-Mamãe vai morar com a gente, meus pais vão se separar.
-E você não me avisa nada.
-Ela bateu na minha porta há uma hora, e seu celular só caia na caixa de mensagem.
-Eu fui assaltada Glauber!
-Jura? Não roubaram os cartões de crédito não né?
-Eu acabo de dizer que fui assaltada e você não me pergunta se me machucaram, onde foi.
-Nessa idade você já deveria estar acostumada com isso.
-Não quero ela aqui.
-Fala baixo.
-Ou a sua mãe ou eu. Se ela dormir aqui você não dorme comigo.
-É minha mãe! Quer que eu a expulse da minha casa.
-Se vira mané.
Ela vai se dirigir ao quarto.
-Querida prepare uma sopa pra mim. Mas não faça igual ao seu macarrão que parece folião do Chiclete com Banana, tudo unido.
-Ta querida. -sorrir, se vira para Glauber - Vou botar água sanitária na sopa.
-Querida o que aconteceu com os seus seios? Um ta maior que o outro. Mas uma coisa continua a mesma coisa, o seu estrabismo.
Júlia vai abrir a boca.
-Não. -Glauber.
Ela fecha os olhos.
-Tolera Júlia... Tolera. -ela entra no quarto.
Na mesa.
-Quem comeu o meu patê? -Júlia pergunta.
-Mamãe comeu.
-Eu comprei ontem 500 gramas de patê e ela devorou hoje em menos de 2 horas.
-É que eu estava comendo com biscoito querida. Quando vi acabou. E Glauber disse que era seu. Mas posso garantir que estava uma delícia.
-Você está com meus brincos.
-Combina mais comigo do que com você querida.
Ela fala no ouvido de Glauber:
-Vou na casa do seu Alaor, para que ele tire a vaca da esposa dele daqui de casa.
Ela vai se retirar.
-Vai aonde querida?
-Pro inferno! -bate a porta.
Na casa do seu Alaor, ele passa um creme para deixar o corpo hiper sensível ao toque, e passa bastante naquele sujeitinho entre as pernas. Ele está nu, toca a campainha. Ele coloca a toalha e abre a porta e Júlia o abraça chorando.
Ai Glauber está arrasado com a separação de vocês. Eu achava o casamento de vocês tão lindo. -soa o nariz num paninho.
E o senhor Alaor com os olhos fechados.
-Ai senhor Alaor você está bem? O senhor está tendo uns arrepios. -ela o larga.
-Licencinha.
Ele se tranca no banheiro, tira a toalha e vai de encontro com a parede.
-Ai... Ui! Ah... Ah...Arh!
Júlia bate na porta.
-Senhor Alaor o senhor está bem? Coitado está com dor de barriga, deve estar comendo super mal.
Meia hora depois.
-Não volto pra aquela jararaca, àquela mulher é um cão.
-Quanto você quer para recebê-la de volta? Ela tem 64, deve viver até os 70, no máximo 80. Custa viver com ela mais um pouquinho pela minha paz.
-E a minha onde fica?
-Esquece esse papo de novo amor. Mulher é tudo igual, na primeira noite diz que te ama, na segunda é indiferente, na terceira quer te ver morto. Mulher e igual menstruação querido quem não tem diz graças a Deus e quem tem quer se ver livre.
Em casa, Júlia e Glauber na cama.
-Ele está irredutível, disse que não volta.
A sogra começa a roncar.
-Ai já não bastasse não transarmos, ouvir as aventuras sexuais dos nossos vizinhos do apartamento de cima, ainda ouvir roncos da sogra. Eu devo ter cuspido na cara de Cristo na Santa ceia.
Ao amanhecer Glauber levanta e encontra Júlia consolando a mãe dele que está chorando no ombro dela.
-Ele me trocou por uma menina de 22 anos, ele tava dando até moradia a ela...
Quando volta do trabalho encontra as duas conversando como velhas amigas.
-Olha Glauber o que sua mãe está me mostrando, fotos da sua infância. O pintinho continua o mesmo, pequenininho. - vira-se para Suely -Não faz nem cócega.
-Eu conheci o Alaor numa festa, eu era meia riponga, tinha fumado umas e ele também curtia e aí fomos pro mato. Ele falava cada sacanagem no meu ouvido. -da risada.
-Tudo que eu mereço agora é ouvir a vida sexual dos meus pais. A senhora quer me traumatizar? Eu fui gerado sobre o efeito da maconha.
-Ta explicado Glauber porque você é meio lesadinho. -Júlia.
-Ah me lembrei de uma coisa. Um dia, ele com nove anos, encontrei ele no quarto com a pauzinho dele dentro da bota.
-Você se masturbava com botas Glauber?
-Ele era viciado, chegou até a furar uma. Mesmo ele com 16 anos ele continuava se masturbando com as botas, eu nem usava mais, porque metia o pé dentro e sentia logo aquela merda.
-Chega! -Glauber
-O que foi querido? - a mãe.
-Está explicado agora porque você não transa mais comigo, você gastou todo os eu vigor sexual com as botas.
-Tinha uma com estampa de onça que era a preferida dele, tinha salto longo e fino. Não me pergunte o que ele fazia com o cano longo fino da bota.
-Glauber você não anda comendo minhas botas não né?
Ele fica calado.
-Só faltava essa eu ser traída com as minhas próprias botas caralho!
-Se eu não me engano ele quando casou com você ele levou a Gertrudes.
-Ainda você dá nome às botas Glauber? Eu pensando que eu era a pervertida porque queria transar com todos os meninos da minha sala. Eu casei com um comedor oficial de botas. Glauber que nome você colocou nas minhas botas? Amanda... Luísa... Dafne, Margareth.
-Eu não faço mais isso.
-Por acaso é essa aqui? -ela com uma bota na mão e uma tesoura.
-Não, não faça isso. Você não pode ser tão má, Gertrudes não lhe fez nada.
-Ou é Gertrudes ou sou eu.
-Eu se fosse você não faria essa pergunta, talvez você não goste da resposta.
Toca o telefone.
Glauber atende, silêncio. Ele desliga.
-Papai sofreu um boa noite cinderela e está internado.
Glauber volta do hospital sem a mãe, Júlia estava o esperando.
-Voltaram.
-Graças a Deus.
Senta-se no sofá ao lado dela.
-Uma das botas se chama Júlia.
-Você deu o meu nome para uma delas?
-É que só penso em você.
Beijam-se e no sofá mesmo fazem...

Todas as coisas


Preciso dizer que te amo
Mas me faltam palavras
Então decidir os versos para demonstrar que te amo
Eu estava sozinho, sem ninguém
Você veio sem receios para demonstrar suas qualidades e defeitos
Como posso gostar tanto de alguém
Que malmente conheço, mas parece que é feito da mesma carne
Mesmo olhar, mesmo ar... Explica
Não ria dos meus versos mal feitos
Pois não resisto ao seu sorriso, me desarmo
Com você não olho para trás
Sem você não estou em paz
Com você nada se complica
Você é a solução de tudo que sempre busquei
Quando brigo com você eu sinto uma dor tão grande no peito
Que só você cura
A cura do meu tédio, das minhas desilusões
Com você consigo seguir mais a frente
Mesmo que nosso amor seja denominado diferente
Mesmo depois de todas as prisões
Mesmo que tentem fazer eu esquecer do seu jeito
Eu quero esquecer tudo e dormir sobre o teu peito
Fica comigo, jura
Não ouvir a todos, fiquei
E mesmo que seja complicado, você é o que simplifica
Todas as coisas me levam a você
Se isso não é amor eu não sei o que pode ser.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Mês de Novembro: Novidades no mês de aniversário do blog.

É parece que foi ontem que despretensiosamente comecei a escrever um livro e decidir ter um blog, devido a uma manchete de jornal que meu tio tinha me dado que falava como ganhar dinheiro com blogs. O único plano que eu tinha era ganhar dinheiro com essa bagaça. Dinheiro não ganhei, mas ganhei amigos, e conheci vários blogs interessantes (não vou citar nomes, pois são muitos), fora isso hoje já são mais de 8 mil visitas, só de maio a novembro mais de mil acessos ( sem divulgação e sem escrever) 182 loucos seguidores rsrs. Primeiramente perdão quem acompanha o blog, pois o deixei as moscas. Quem nunca teve que deixar o blog de lado por causa da vida corrida que atire a primeira pedra. Esse ano foi muito difícil conciliar blog com faculdade, trabalho e estágio, mas agora chegando ao fim de ano prometo não deixá-los. Obrigado pelo carinho, pelos comentários. Mas a postagem tem como título novidades. E aproveito para lançar a campanha rumo aos 10 mil acessos e 200 seguidores, falta pouco conto com ajuda de quem gosta de humilde blog.
Mas vamos às novidades.
Primeiro os dois livros novos serão postados, o primeiro capítulo dos dois já estão disponíveis. Um tem como título Próximo demais e o outro Quero você!
O primeiro conta a história de dois amigos que cresceram juntos durante a infância, mas por algum motivo se separam e tornam a se reencontrarem, um é investigador criminal e outro professor de música. O investigador tem a tarefa de investigar uma série de crimes que começam a acontecer na cidade, mas o que ele não sabe é que o tal assassino está tão próximo dele e vai ter que fazer uma difícil escolha.
Quero você conta cinco histórias que não se cruzam de personagens homossexuais: dois garotos descobrem a homossexualidade durante a adolescência, na verdade um triângulo amoroso deles com uma menina que é apaixonada por dos garotos, que já na vida adulta eles mantêm o relacionamento mesmo casados. A segunda história é de um professor de inglês que muda de residência para tentar se recuperar da perda do seu amado que morreu de forma trágica, e começa a rever o encanto da vida através de um rapaz de 17 anos, não teria problema se ele não se apaixonasse pelo rapaz e rapaz fosse menor de idade. A terceira conta a história de um homem que transa um dia com o seu colega de trabalho ( que decide se assumir para a mãe) e der repente se ver apaixonado por esse colega, aí ele vai ter que decidir viver esse amor ou seguir em frente com o namoro de dois anos. A quarta conta a história de um casal que se muda de cidade e matriculam o filho num colégio e a escola descobre que o menino é de uma família de dois pais. A quinta história conta a história de travesti que faz shows à noite que guarda algumas marcas na infância e vive uma vida conturbada como adulto. Inspirei-me na história assistindo a série Queer as folk, vai ser bem ousada essa iniciativa minha, espero que gostem.
Diferente dos outros livros que já postei, esses ainda não escrevi o final, apesar de já ter mais ou menos a ideia de como desenrolar a história, então ela vai ser construída durante esse período.
Continuará os quadros Recomendo, em que trago recomendações literárias de livros que já li e Releituras, agora ao invés de Três em três meses, será uma edição mensal, no quadro trago alguma coisa que já foi postada no blog, e para começar trago para o quadro Curtas urbanas que fez muito sucesso no blog. Fora poesia que continuarei postando.
As novidades ficam por conta de Cenas baianas, um quadro de contos e crônicas sobre o jeito baiano de ser, sem aqueles exageros da mídia. Comentário será um quadro que escreverei sobre algo que está sendo bastante falado e Vídeo do mês trará algum vídeo interessante que achei ou um vídeo que eu goste bastante.
Ah e quem perdeu um capítulo de Otage voltarei a postar o livro completo no blog Espaço leituras junto com Eduardo e Mônica ( agora com edição em capítulos). Tentarei postar semanalmente os capítulos, sempre aos Sábados no blog Espaço Leituras ( www.espacoleituras.blogspot.com).
Espero que tenham gostado das novidades, começarei dia 01. Comentem!!!!!!!!!!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Próximo demais. -Capítulo 1.


Garotos se aproximam de um passarinho com a asa quebrada.
-Coitadinho.
-Temos que ajudá-lo.
-Assim ele vai morrer.
Se aproxima Lucas, ele é branco, cabelos castanhos encaracolados, olhos azuis, frios e quentes ao mesmo tempo. Ele olhava para você e você se sentia despido, mas não de roupa, era como se ele te decifrasse pelo olhar.
Ele pega uma pedra e joga em cima do passarinho espirrando sangue em nós.
-O que deu em você seu demente? -Luís o agarra pela gola.
-O solte.- Eu.
-Ele iria morrer de qualquer jeito, eu só apressei a morte dele. vocês tentando o ajudar só iria aumentar o sofrimento dele.
-Vamos Lucas. vamos Lucas!
Acordo com o despertador, me levanto, me espreguiço, vou ao banheiro e lavo o rosto. Não tô nada mal para um homem de 30 anos.
Desço as escadas.
-Papai. -a carrego no colo.
-Já acordada a essa hora? - a sento na cadeira -Quer comer o que mocinha?
-Pão com ovo, queijo e presunto.
Dou risada.
-Vou tirar o ovo tudo bem? Você comeu ontem ovo.
Tomamos café, a coloco dentro do carro, a deixo na escola e vou para o meu trabalho.
Sempre faço o mesmo percurso, dá bom dia aos vizinhos. Paraíso é uma cidade pequena, tranqüila, não tinha muitos crimes para eu investigar. Compro o jornal e em dez minutos chego a delegacia.
-E aí Pedro como anda a Cibele? -Jorge.
-Espevitada como sempre.
-Um amor de menina, deveria trazê-la mais vezes aqui. -Wassaly.
Wassaly era gordo com uma careca enorme sempre fumando o seu charuto e com a sua risada característica e Jorge um jovem, tem muito a aprender, esses são os meus colegas de sala.
-Não gosto que ela fique aqui. Aqui não é lugar para crianças. Alguma novidade?
-Bom dia garotões! Alguém quer café?
Regina Ábramo, experiente criminalista, sempre quando quero um conselho peço a ela, 35 anos de carreira, casada, o marido que cuida dos filhos, é escritor.
-E quando sai o próximo romance do seu marido? -Wassaly pergunta.
-Em breve, eu sei que sai esse ano.
-Novidades?
-Foi encontrado o corpo de uma garota de 22 anos morta numa banheira.
-Já estão fazendo a perícia?
-No local sim, eu dei ordens de só levar o corpo quando chegarmos, no caso você.
-Trabalho Wassaly.
-É melhor irmos correndo não é sempre que acontece isso numa cidade parada como essa. -Wassaly.
-Não é a toa que chamam de Paraíso isso aqui. -Jorge.
-Eu queria que você levasse o Jorge.
-Mas... -olho para ela -Ok. Vamos Jorge.
Chegamos no localdo crime, cheio de curiosos na rua. Ela estava nua na banheira, a água estava vermelha do sangue dela.
-Olhe que interessante. - o legista mostra inscrições no braço dela.
-Pescator, affonda l'esca...Là turbini e farnetichi...O cor, dono funesto,Deh! non turbare - con ree parole. -Leio.
-São execuções de uma ópera, La Gioconda. Dois amantes são descobertos, e mulher se envenena, mas é salva por Gionconda, que também fazia parte do plano de desmascarar o casal, ela troca e esconde a moça numa gruta, a boca do leão. No final ela morre como preço da traição. -Fala Jorge
-Você acha que se trata de suicídio? Por que ela faria isso? Provocaria tanta dor para depois morrer.
-Um espetáculo?
A unica coisa que sei que o nosso assassino é culto por enquanto.
Ela se chama Dominique, tem 22 anos, estudou no Liceu de Artes de Paraíso, a mesma escola que estudei, gostava de tocar piano, estava estudando para ganhar uma bolsa de estudos para estudar música clássica em Quebec, falava francês fluentemente, não tinha namorado e era uma menina que gostava de ir a igreja.
-Ela morava sozinha aqui?
-Sim. -a mãe -Dominique sempre quis ser independente, com o primeiro trabalho alugou isso aqui. Já tem pistas de quem seja o assassino?
-Vou esperar sair a perícia do corpo.
-Ela não se matou, ela não faria isso, ela gostava de viver, tinha tantos planos.
-Ela não tinha namorado?
-Ela namorou um rapaz, por três anos, ele morreu, era alérgico a picada de abelhas, foi uma tragédia. Depois disso ela não quis mais ninguém. Mas andava ultimamente estranha, ia regularmente ao Liceu.
-E os trechos da ópera no braço dela?
-Eu não sei... Eu não sei. -começa a chorar.
Eu saio, começo a ler o jornal e vejo que vai ter uma apresentação de violino de um jovem talento. me dirige para lá, para assistir.
Ele tocava com maestria, dominava o instrumento, sentia a música. me lembra muito alguém. O som da melodia me fez esquecer um pouco dos problemas que estavam por vim, de Dominique e da forma terrível como morreu, dos planos dela. Eu nem lembro mais os planos que eu tinha quando era garoto.
xxx

Estava jogando bola com outros amigos, a bola cai longe aos pés de um menino, Lucas.
-Sabe jogar?
-Não.
Voltamos a jogar, ele nos observava.
-estranho esse menino?
-Ele mora aonde?
Droga Márcio você jogou a bola longe!
Descemos, Lucas nos seguiu e encontramos a bola, mas não só a bola como também dois corpos. E aquela imagem nos prendeu, e nos assustou, o único que não parecia assustado era Lucas, admirava a imagem, sentia cada detalhe da cena.
-Vamos chamar ajuda. - o puxo.
Era um casal, estavam desaparecidos a 48 horas.
-Não teve medo? -Perguntei.
-Todos morrem um dia. Eram apenas dois corpos.
XXX
-Lucas!
Ele vira-se. Tinha acabado a apresentação.
-Pedro.
-Eu recebi uma carta em que dizia que você tinha morrido de pneumonia. E agora te vejo aqui. Que brincadeira é essa?
-Você sofreu?
Eu me viro.
-Espera! Desculpa.
-Éramos amigos, irmãos de sangue. Eu sofri muito com a sua morte.
-Eu não tinha notícia suas, descobri onde morava e me deu a idéia de escrever a carta, eu como sabia fazer a letra de minha mãe, pois você conhecia a minha letra. Foi uma brincadeira tosca e sem graça eu sei.
-Qual o seu problema? Não se pode brincar com a morte assim. -vou me retirar.
-Pô, errei. Você não erra? estou com saudade de você amigo. - com lágrima nos olhos.
-Quanto tempo está na cidade? -Pergunto ainda de costas para ele.
-Três meses.
-E não iria me procurar?
-Você tinha se mudado de Paráiso. Como iria imaginar?
O abraço.
-Toma um café comigo?
No café.
-Então é investigador criminal?
-Isso.
-E acontece muitos crimes no Paraíso? Só me lembro daquele do casal, faz 20 anos.
-Hoje aconteceu um e espero que continue assim a cidade.
-E a sua esposa?
-Sou viúvo.
-Lamento.
-E você?
-Amor, casamento são convenções humanas que ainda não me pegaram. -sorriu.
-Tinha esquecido desse seu sorriso, fica tão bonito quando sorrir. E está fazendo o que em Paraíso?
-Vim por causa de minha mãe, está muito doente, acho que nas últimas.
-O que puder ajudar.
-Obrigado. Me formei em Música. Tô dando aula no Liceu e você nada! -rir.
-Acho que não nasci para as artes. -rir.
-Vou indo, tenho que treinar. Vou participar de um concurso.
-Aqui meu endereço e número. Mora eu e minha filha.
-Filha? Quantos anos? E como se chama?
-Tem 6 anos, Cibele.
-Espero conhecê-la um dia.
-Apareça lá em casa e ver se não some.
-Não vou sumir.
Se retira. Lucas continuava com aqueles mesmos olhos quentes e frios ao memso tempo que tanto me incomodava e me acolhia.

Quero você!. -Capítulo 1.


I

1977.

Eu nasci numa primavera, dia chuvoso. A minha família numerosa estava toda no corredor do hospital à espera do rebento do casal que tinha apenas 1 ano de casados.
Minha mãe, Amélia, uma mulher nos seus 28 anos e o meu pai, Fausto, 37 anos. Tinham enfrentado uma das maiores barreiras, o preconceito. A família da minha mãe não queria ver a menina trabalhadora, prendada, dedicada, esforçada e inteligente casar com um homem beirando aos quarenta, que já tinha um filho, que trabalhava como cobrador de ônibus, que gostava de jogar no bicho.
Mas eles enfrentaram tudo e todos e se casaram em junho do ano passado. Preconceito eu saberia bem o significado dessa palavra anos mais tarde. Mas isso conto-lhes depois.
O que só posso adiantar, que como já disse nasci numa manhã chuvosa de primavera, 10 h e 35 min..O meu parto durou 40 minutos, minha mãe optou pela cesariana. Eu nasci gordo pesando 2kg e 300 g, com os olhos castanhos claros, chamativos e grandes cheios de curiosidade, que logo encantou toda a família. Tia Rita me levou logo ao colo e em pouco tempo deram-me para minha mãe e esta me deu peito e sugava o leite avidamente como se quisesse matar a fome de nove meses e logo engordei mais e me tornava a paixão da família, o bebê gordinhode bochechas cheias e de olhos castanhos claros cheios de curiosidade.

II

1981.

Até os 4 anos era o motivo de alegria e descontração da família, mas isso durou pouco. Não me lembro bem como começou, o que só sei é que me lembro dela por vários dias na cama. Não era comum minha mãe ficar na cama, amanhecia com as galinhas e logo cedo já se via ela com o pé da barriga no tanque ou no fogão. E quando eu acordava sabia que encontraria a mesa para o café já pronta. No lugar das risadas, deu-se lugar a afagos pretensiosos e conversas que eu não entendia.
Até que um dia ela me chamou ao pé da cama.
-Filho, torne-se homem direito, cuide dos seus irmãos. Queria tanto te ver homem feito. O meu menininho já tem 4 anos. Não deixe ninguém decidir o que é melhor pra você. Prometa que vai lutar pelos seus sonhos, mesmo que eles pareçam difíceis nunca vai desistir.
-A senhora vai morrer?
-Vou meu anjo, mas vou estar sempre do seu lado. Eu te amo. As pessoas vão, mas as lembranças ficam. -ela tosse.
Ela para os olhos em mim e a mão dela devargamente solta da minha. E entra a minha avó que se abraça ao corpo da minha mãe chorando e tia Rita me tira do quarto e eu custando a entender que estava órfão de mãe.

domingo, 8 de agosto de 2010

Namorado virtual.


Não gostaria de me apaixonar tão fácil
Não deveria me entregar a alguém assim
Estou cansado dessa vida.
Quando essa busca vai ter um fim?
Imagino suas mãos arrancando a minha roupa
Difícil não é buscar você
Difícil é conter esse tanto querer
Não conto os minutos para te ver
Pois mais longos eles vão ser
Eu quero é ter você, amanhecer ao seu lado
Construir um novo significado para o pecado
Nem sua voz eu sei
Nem teu rosto ainda toquei
Por que você ainda é tão virtual pra mim?
Nunca fui bom em imaginação
Fico pensando se tudo vai ficar apenas na criação
Se meus lábios não vão tocar os seus
Sentir o calor do teu corpo nos braços meus
Se não vou sentir o seu gozo
Se não vou sentir os seus quadris entre minhas pernas
E ter você dentro de mim
Bobagem como posso gostar tanto de alguém
Que o que só tenho é um orkut com apenas uma foto
Ou as poucas coisas sobre a sua vida que sei
Pela noite que teclamos pelo msn
Não é bobagem
Não posso chamar de bobagem o que sinto
O que sinto é tão forte
Que vai fazer esperar esse dia que deixaremos de ser tão virtuais
E passaremos a ser um para o outro reais


Para um cara virtual uma declaração de amor virtual.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

BR 324


Um se chama Cosme, o mais novo, e o outro Damião, o mais velho.
Cosme e Damião pegam a BR-324. Damião liga o rádio e começa a cantar a música. Cosme beija a medalinha de Santa Bárbara. Começa a anoitecer, Damião ainda dirige, enquanto Cosme dorme.
Damião avista uma moça alta de cabelo castanho escuros, bem curto, mostrando a nuca. Pára, Cosme acorda e abre a porta.
-Obrigada.
Ela entra e senta-se.
-Vai para onde moça?
-Feira de Santana.
-Vamos passar por lá. Antes vamos pra Mata de São João entregar uma carga.
-Que bom.
Anoitece, eles chegam a um galpão para entregar a carga.
-Aqui o dinheiro.
-Obrigado.
Ela ver tudo pelo retrovisor.
Eles voltam ao caminhão.
-Quantas cargas vocês entregam por mês?
-Tem mês que chegam a umas vinte, esse Brasil pára sem nós. –responde Damião.
-Deixa que eu dirijo Damião.
-Já é tarde, vamos ver se encontramos um hotel de estrada.
No hotel.
-Dois quartos.
-Não, eu posso dormir com vocês.
-Então um.
-É bom que economiza. –Cosme rir.
Entram no quarto.
-Você pode ficar com a cama.
Ela coloca a mochila no chão, vai ao banheiro e lava o rosto e deita. Cosme e Damião deitam no chão.
Algumas horas depois.
-Cosme.
-O que foi?
-Venha pra cá. – ela tira a blusa.
Ele vai para a cama, tira a camisa, a beija. Ela pega no sexo dele.
Ele tira a calça dela, ela lambe a orelha dele e encrava as unhas dela nas costas dele.
Damião acorda e ver tudo deitado no chão. Ele ver o suor deles, ela com a boca aberta e a cabeça inclinada para trás com o sorriso do prazer do ato.
Depois de alguns minutos, Cosme fica deitado em cima dela, vira-se e dorme. Ela levanta, vai ao banheiro, lava o rosto, ela nota o celular dela vibrando, ela atende.
-Alô... Sim, já estou com eles... Não desconfiaram de nada.
Cosme acorda, se levanta e vai ao banheiro e ver a moça caída no banheiro, ao lado dela um pote aberto com alguns comprimidos fora.
-Meu Deus. Damião! Damião.
-O que foi cara? - Damião se aproxima depois se abaixa, para ver se ela está respirando. –Está morta.
-Cara nos ferramos, ela morreu no quarto da gente.
-Desgraçada. O que vamos fazer?
-Informar ao hotel ou fugimos e deixamos o corpo aí.
Ela começa a rir.
-Como vocês são hilários. Não vão me ajudar a levantar?
Cosme a levanta.
-Você é maluca garota? Quer ferrar com a gente? – Damião.
-Eu queria animar um pouco a vida de vocês. – ela sorrir.
Damião se retira.
-Se arrume, temos que partir.
-Antes quero tomar um banho. Vocês esperam?
-Sim. – se retira.
Damião já está do lado de fora do hotel.
-Ela está tomando banho.
-Já notou que nem o nome dela sabemos? Muito menos a vida dela. Só sabemos que ela quer ir para Feira de Santana. Quem sabe fazer o quê?Ela pode ser uma fugitiva, ou até mesmo uma maluca andando a solta por aí.
-Você quer o quê? Que a deixemos aí sozinha no hotel.
-Me esquece Cosme. – se retira.
Damião sobe, escuta o som do chuveiro aberto. A ver nua, tinha um corpo bonito, ela o vê.
-Desculpa.
-Que nada. Pode olhar a vontade, vem.
Damião entra no banheiro, a beija, ele embaixo do chuveiro com roupa e tudo, tira a camisa, ela grita de prazer, enquanto ele geme. Ele beija os seios dela.
Eles descem depois, Cosme está verificando a carga.
-Eu não gosto de transar com alguém que não sei ao menos o nome.
-Manu... Manuela.
-Finalmente um nome. – rir.
-E vocês se conhecem há muito tempo?
-Vixe muito! Desde meninotes, aprontávamos um bocado, andávamos na Barra entre os gringos. Nós é feito irmão.
-Vamos, quero sair ainda hoje de Mata de São João. – Cosme.
Eles partem, Cosme nem nota que Damião trocou de roupa.
Vida de caminhoneiro é difícil, pistas esburacadas, ficar longe da família dias, se arriscar nos caminhos que são maioria só mato, mas também conhece muita gente.
Depois de alguns quilômetros encontram um engarrafamento.
-O que houve? – pergunta ela.
-Vamos ver. – Damião sai e logo depois Cosme. – O que houve?
-Acidente, caiu até carga na pista, parece que tem morto.
-Isso porque muitos trabalham exaustos por dirigir muitas horas para aumentar a miséria que ganhamos.
-Vamos rangar aqui na pista mesmo, parece que vai demorar em liberar. –propõe Cosme.
Eles almoçam. E depois de duas horas a pista é liberada, Damião ver uma casa lotérica.
-Pare, vou fazer uma fezinha.
-Você com a mania de jogar dinheiro fora.
-Só tem duas formas de enricar nesse mundo, pela sorte ou roubando, ainda prefiro a primeira. – desce.
Ao anoitecer, Damião acorda e nota que o caminhão está parado, ver as horas, 02h00min da madrugada. Não estão nem Manuela, nem Cosme no caminhão. Ele olha pelo retrovisor eles transando no lado da carroceria, ele teve raiva de Manuela, ela era uma vagabunda.
Paula, Cosme e Damião chegam em Cajazeiras e vão para uma casa. Na porta estão umas baianas que dão banho de pipoca neles.
Sobem as escadas.
-Mainha.
A mãe de santo abraça Damião.
-Ioai...Ioai
Ela é dona do mundo
Ioai...Ioai.
Iansã vence guerra.
Ioai...Ioai
Ela é dona do mundo
Ioai..Ioai.
Iansã é rainha dos raios.
Sobem as escadas e na laje está tendo uma festa regada a pagode, arrocha, cerveja e churrasco.
Paula olha tudo com certa curiosidade e se senta a uma mesa e bebe cerveja numa latinha.
-Quem é a vagabunda que está com Cosme? –pergunta uma mulata carnuda para Damião.
-Uma moça que pegou carona com a gente. –fala no ouvido dela.
Damião depois vai pra cama com uma escura, esta já está sem roupa da cintura pra cima, mostrando os seus seios fartos.
-Ainda faço feitiço pra ficar com tu.
Ele a penetra com força.
-Oi menino.
-Cadê meu pai? –um mulatinho.
-Deve ta matando a saudade com alguma nega. –o menino se retira ao responder Cosme.
-É filho de Damião?
-É. Ele tem dois, um de 17 e esse de sete. Um é de uma puta de rua e o menor é de uma piriguete que agora é evangélica.. –ri. –O mais velho ele fez com 15 anos.
-E você?
-Se tenho, deve estar por aí pelo mundo.
-A mãe de santo não é mãe de vocês não né? Ela é negra.
-Não, ela é mãe de criação de Damião, a mãe dele faleceu quando ele tinha nove anos, o pai o abandonou a mãe dele ele ainda recém nascido. E eu sou afilhado dela, filho de Ogum. –mostra a correntinha azul.
Damião se vira e deita do lado da mulher.
-Desculpa.
-Você está com a cabeça naquela vagabunda que está com Cosme.
-Sai... Merda!
Ela se veste e se retira.
Paula vai para o seu quarto e ver Damião mexendo em suas coisas.
-O que está fazendo? –ela pega as suas coisas. –Responde.
-Eu não confio em você.
-Sinto muito. Agora sai. –ele se retira.
Damião depois se encontra com a mãe de santo que joga búzios para ele.
-Ela vai tirar de você o bem mais precioso que existe. Eu vejo dinheiro, muito dinheiro. Que o seu guia lhe proteja. –beija as mãos dele.
No banheiro da casa tudo escuro, só iluminado pela luz das velas. Ele nu, ela bate as folhas nele e joga o banho.
Cosme está voltando de uma conversa com uns amigos da escola. Ele está com uma latinha de cerveja na mão.
Ele vira-se e ver Manuela e Damião se beijando, deixa a lata cair no chão. Ele vai em direção a eles e dá um soco em Damião que termina caindo em uma mesa.
-Filho da puta! –uns homens o seguram. –Me solta porra!
-Ela não presta! –ele levanta-se e coloca a mão no queixo. –Estamos brigando por causa de uma vagabunda. Nós é irmão. –chorando.
-Você não é mais nada meu. Me soltem. – o soltam. –Vamos Manu.
Ela olha para Damião e sai com Cosme de mãos dadas.
Cosme chega em casa e ver Manuela vomitando no vaso sanitário, a leva para o sofá.
-O que houve?
-Eu estou grávida. – mostra o teste de farmácia.
-É dele?
-Não.
-Mentira. Como você pode saber se é meu? Transou com os dois.
-É seu porra! – ela grita.
-Não, é dele.
-Seu cú.
-É dele.
-Se cú. Se não acredita em mim é melhor terminar. – ela chorando –Eu podia muito bem dizer que era dele, agora ele tá rico.
Ele toca na barriga dela, está com os olhos lacrimejados.
-Um filho. – sorrir –O que vai ser dele?
-Mate Damião. – ele olha para ela – Assim garantiremos um futuro para o nosso filho.
Depois se encontram com Damião que está cheio de ouro, terno e gravata.
-comprei presentes para vocês.
Um vestido para Manuela e um relógio para Cosme.
-Obrigado.
Manuela olha para Cosme.
Damião vai para um bar, sai já tarde da noite, a rua está deserta.
Cosme aparece atrás dele, Damião vira-se.
-Irmão.
Cosme levanta uma arma, está chorando.
-O que é isso? – Damião pergunta.
Mas Cosme não responde e começa a atirar um total de cinco tiros.
Damião cai no chão, se aproxima Manuela, Cosme se ajoelha.
Cosme e Manuela levam o corpo a uma construção abandonada e o deixam lá.
Depois voltam para a casa, na cama, ela sentada encostada na cabeceira da cama de calcinha e com uma blusa de botão aberta, Cosme só com um short, chorando deitado no colo de Manuela.
Pelo resto da madrugada Cosme treina a assinatura de Damião. Ela se aproxima para ver , comendo uma maçã.
No dia seguinte vão a agência, ele falsifica assinatura de Damião e pegam o dinheiro.
Cosme chega em casa, abre a porta e Paula quebra um jarro na cabeça dele e foge com uma mochila deixando a porta aberta.
Ela vai ao porto da Barra, tira algumas notas da mochila e guarda na carteira, o resto ela joga no mar. Ela olha as ondas levando o dinheiro.
Ela se lembra do dia que colocou o dinheiro na carroceria do caminhão de Cosme e Damião, estava com um casaco que escondia o rosto.
Depois se lembrou no dia que contou que estava grávida a Cosme, antes dele entrar, ela provocou o vômito introduzindo um dos dedos na boca, antes comprou um teste de farmácia e pediu a uma vizinha que estava grávida que fizesse o teste.
Ela está com uma peruca loira na Rodoviária de Salvador, ela entra no ônibus. Não entende porque está triste, desconhecia o significado do amor. Passa pelos passageiros, estava sentindo a falta de Cosme. Senta-se.
O ônibus parte, uma mãe no ônibus começa a cantar uma música para a sua filha dormir, Paula começa a chorar, era a música que a sua mãe cantava para ela na infância.
Perdeu a infância muito cedo. A mãe fica inválida depois de derrame, o pai desempregado, ela aos 14 anos começa a fazer vida para sustentar os pais. Os pais ao descobrirem como ela ganhava o dinheiro a expulsam de casa. Ela depois para no calçadão.
Ela não sabia, iria para a Cidade do Porto, em Portugal, fazer o que a vida permitiu que ela aprendesse, a se prostituir.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Garoto normal.

Garoto normal percorrendo becos escuros
Conhecendo outros meninos por entre os muros
Atrás de uma viga dura para não perder a noite
E contando as caças se iam os cigarros pela sua mão
Garoto normal sendo chupado num bar sem sermão
Dividia a atenção com outras bixas à caça como ele
Garoto normal o pai não o entende
A mãe finge que não sabe
Garoto normal saia estiloso para que ele babe
Conquiste a sua presa, arrase!
Garoto normal gosta de música eletrônica
Bebe smirnoff ice
E gosta de Lady Gaga e queria ser a Madonna
teve ontem a sua melhor foda dentro de um banheiro por falta de grana
Pessoas "normais" não querem que ele case
O seu namorado ele conheceu no Disponível
Essa noite ele não é comível
É ele que vai queimar dentro de uma linda bunda
Garoto normal já faz tempo que não pega meninas
Descobriu que gostava de meninos aos 14 com um primo
E a virgindade perdeu com um vizinho
A avó diz que ele vai pro inferno
E o namorado promete nunca deixá-lo sozinho
Garoto normal veste terno
Chora, rir, sonha
Gosta de arte
Apesar de ser o melhor aluno no curso de engenharia
Enfrentou os pais novamente e os palcos ganharia
Garoto normal do seu círculo de amizades poucos fazem parte
Ou são como você ou aceitam como você é
Garoto normal já conheceu os efeitos da maconha
E já traiu o namorado
Já freqüentou saunas e transou com alguém sem saber o nome
Garoto normal não gosta de ficar muito tempo parado
Na rua lhe chamam de viado
A sua forma de vida é pecado
Garoto normal não transa sem camisinha
E teme em ser julgado não pelo que é, mas pela sua orientação
Garoto normal não sabia que aquela seria sua última parada gay
Por causa de pessoas sem noção
Ele seria apenas mais uma nota de jornal
Garoto morre espancado. Motivo?
Ser apenas um garoto normal.

O que ando ouvindo ultimamente.

Vou citar alguns artistas que não conhecia e talvez alguns aqui também você leitor nao conheça.
Márcia castro: Adoro a voz dela e ela muda a música pra melhor, gosto Nega neguinha de Zeca Baleiro e o frevo Pecadinho. Vale a pena da uma conferida nos videos dela no youtube, pois é dificil achar uma música dela para baixa no Ares.
Placebo: é uma banda formada em 1994 em Londres, Inglaterra, gosto de Nancy boy.
Pedro Mariano: Fui saber um pouco tempo atrás que ele é os egundo filho de Elís Regina ( que família abençoada em voz). Pra mim ele é o que canta melhor Como nossos pais depois de Elís.
Jorge Dexler: Ficou conhecido pela música “Al otro lado del río”,a primeira música a vencer o Oscar de melhor canção.
Roberta Campos: Não me canso de ouvir De janeiro a Janeiro, a voz dela é linda e nostálgica.
Helena Elís: O atual cd dela é tudo tem dois lados. Gosto muito de ouvir lugares proibidos. É uma grande cantora e compositora.
Cachorro grande: Banda de rock de Porto Alegre, gosto por que ele fazem um som diferente de tudo que já ouvir.
Esses dois últimos são muito conhcidos mas nunca me interessei em ouvir.
Caetano Veloso: Fiquei sabendo de algumas músicas que gosto que são de autoria dele, como Gatas extraordinárias e Eu sou neguinha, menino do rio. Grande compositor.
Maria Bethânia: Como eu demorei de ouvir uma das melhores vozes do brasil, não dá para se entender isso. Agora estou apaixonado pelo repertório dessa grande musa do mpb

Mais uma listinha.

Dessa vez decidir criar uma listinha das minhas séries preferidas, de novo repetindo as séries estão numeradas de um a dez só para organizar. E gostaria que quem comentasse dissesse se gosta de alguma das séries que citei e faça também a sua listinha.

1- Queer as folk: A série é baseado no Queer as folk britânico, mas esse ( o americano) é mil vezes melhor, o título é uma brincadeira com um ditado em inglês, de "ninguém é tão estranho como nós" ("nobody is so weird as folk"), para "ninguém é tão gay como nós" ("nobody is so queer as folk"). Queer as folk narra a vida de cinco homens homossexuais. A série é um marco para os direitos gays, pois investe em tramas em que mostra o dia-dia de gays, mostrando como pessoas comuns.E o ponto forte é cheio de personagens e as cenas de nudez.
2-Friends: Pra mim o melhor sitcom americano. gosto de todos os personagens. O elenco contava com nomes como de Jennifer Aniston como Rachael,Courteney Cox como Monica,Lisa Kudrow como Phoebe, Matt LeBlanc como Joey,Matthew Perry como Chandler,David Schwimmer como Ross. O bom que tô podendo matar a saudade dessa série pelo megavideo rsrs.
3-Harper's Island: Amigos e familiares passam uma semana na ilha de Harper, para o casamento de Henry e Trish. A história é contada pela melhor amiga do noivo, Abby Mills. Sete anos antes, um serial killer, John Wakefield matou seis pessoas, sendo uma delas mãe de Abby. Mas agora, com a chegada dos convidados do casamento na ilha, alguém está seguindo as pegadas de Wakefield, matando os hóspedes, um por um. Apenas alguns irão sobreviver. O amis bonito episódio é o décimo primeiro, chorei horrores com ele, pois torcia pelo casal Cal e Chloe e queria que morresse a idiota da Abby.
4-Sobrenatural:narra a estória dos irmãos Sam (Jared Padalecki) e Dean Winchester (Jensen Ackles), que viajam pelas cidades dos Estados Unidos em um Impala preto, investigando acontecimentos sobrenaturais, e caçando criaturas fantasmagóricas, demoníacas e vampirescas. A série baseia-se em conhecidas lendas urbanas. Pra mim disparado a melhor série.
5-Grey's Anatomy: A série é focada em Dra. Meredith Grey e os seus colegas ristina, Izzie, George e Alex, mostrando suas vidas amorosas e as dificuldades pelas quais passam no trabalho. ( eu nem se essa série ainda está passando em algum lugar se souberem me digam).
6-Miracles: é uma série de gênero mistério, protagonizada por um trio que investiga verdades que estão fora dos limites normais da vida.
7-Glee: A história da série é focada nos esforços do professor de espanhol Will em reerguer o coral da escola William McKinley, chamado de "Glee Club" (Clube do Coral), que no passado foi motivo de grande orgulho para todos os alunos na instituição. No entanto, a escola não tem recursos para sustentar o coral, que a princípio só atrai os alunos pouco populares e estigmatizados.
8-Dr House:o Dr. Gregory House, interpretado pelo actor inglês Hugh Laurie.
House (uma espécie de Sherlock Holmes da medicina) é um infectologista e nefrologista que se destaca não só pela capacidade de elaborar excelentes diagnósticos diferenciais, como também pelo seu mau humor, cepticismo e pelo seu distanciamento dos pacientes, comportamento anti-social, já que ele considera completamente desnecessário interagir com eles.
9-The office: è uma comédia que gira em torno do cotidiano de um escritório.
10-Anos incriveis:Anos incríveis apresentou as questões sociais e os eventos históricos do final dos anos 60 e início dos anos 70 através dos olhos do protagonista Kevin Arnold, que também vive os assuntos da adolescência (principalmente com seu grande amigo Paul e sua paquera, Winnie Cooper), problemas familiares e outros. Enquanto se passam as histórias, os acontecimentos são narrados por um Kevin mais velho e experiente, que descreve o que acontece e conta o que aprendeu de suas experiências.

Curtas urbanas.

Quem mora em apartamento sabe que tem condôminos que se interessam e muito pela vida dos vizinhos. E o casal Júlia e Glauber não fogem dessa regra.


O apartamento 102.


Júlia acaba de escovar os dentes e deita na cama ao lado do marido Glauber.
-Não começaram ainda?
-Ainda não. O que será que houve? Será que brigaram?
-Acho que não. Tadeu é o tipo de homem em extinção, abre a porta do carro para a esposa e espera ela sentar a mesa para ele se sentar.
-Será que ele trai ela? Aposto que para ele ser tão cavalheiro assim ele tem uma amante.
-Ele olha diferente para a vizinha do 112. Mas pelo menos ele transa com a esposa todos os dias. Já nós é um feijão com arroz duas vezes na semana.
-Como assim feijão com arroz?
-O básico... O popular.
-Eles começam a ouvir os gemidos do casal do apartamento acima.
-Começaram.
Ficam em pé na cama.
-Me levanta.
Glauber a levanta e ela coloca o copo no teto para ouvir melhor.
-Será que estão fazendo o papai-mamãe convencional ou uma sacanagem mais picante?
-Eles tem cara de convencionais. Ai você está pesando. - a desce.
-Glauber está me chamando de gorda?
-Não. Pára de ser neurótica.
-Ah! Fora de eu ser gorda, eu sou neurótica.
-Espera, pararam.
-Doze minutos só.
-Parece que o Tadeu não está nos seus dias melhores.
-Ouve. Eles estão transando em outro cômodo.
-Na sala?
-Não, me acompanhe. Os ruídos vem da cozinha. -Glauber a segue -Em cima da nossa cozinha é o quê?
-Sei lá merda. Os apartamentos aqui não são padronizados?
-Você também não presta atenção em nada Glauber.
-Então pergunte a Tadeu, aposto que ele aceitaria que um vibrador em formato de pênis de boi no cú dele.
-Com certeza ele não é machista como você Glauber.
-Ele perde tempo em procurar o ponto G na esposa. Será que ele não enjoa em comer todo dia a mesma coisa.
-Existe uma coisa chamada amor sabia.
-Pelo menos ela deve saber cozinhar. Um bom prato de comida atiça o apetite sexual de qualquer um.
-Você está falando que a minha comida é brochante Glauber?
-Gente descobrir uma qualidade em você Mô, você não é burra.
-Mô? Esse Mô é de amor ou é para me lembrar que estou do tamanho de uma vaca?
-Depois não gosta quando te chamo de neurótica. Quer refri?
-Não, refri engorda.
-É dight.
-É só isso que você tem a me oferecer Glauber? Até a vida sexual do nosso cachorro é mais interessante.
-Ele trepa com o braço do nosso sofá. -ele começa a dar risada -Deve ser mais interessante mesmo, pelo menos não discutem a relação. -ele bebe o refrigerante e senta ao lado dela.
-Será que Tadeu me acha gorda também?
-Por quê?
-Amanhã vou tentar dá pra ele no elevador do condomínio.
-E nem tente! Dei em cima da Lúcia na sauna e ela nem fudeu comigo.
-Claro você é um troglodita, aposto que você disse: Você já viu uma mangueira em pé? Pois a minha está em pé agorinha mesmo por você.
-Não subestime o meu poder de sedução. Você casou comigo por quê?
-Por falta de opção melhor, já que não encontrei um Fábio Assunção da vida. Aí eu disse vai essa desgraça mesmo.
-Você estava encalhada quando eu te conheci, sua mãe te ofereceu pra mim pra se livrar de você. O que será que eles fazem para manter o casamento?
-Transam.
-Acho que terminaram. Boa noite amor.
-Glauber.
-O quê?
-Eles saem para o trabalho as 7:00. Acordamos cedo e pegamos eles no estacionamento. Eu tenho que descobrir o segredo deles, não existe um casal tão perfeito assim.
-Só as âncoras do JN. Sabe o que é isso? Inveja.
-Não querido, incompetência.
No dia seguinte no estacionamento.
-Oi Lúcia e Tadeu. -se beijam no rosto.
-Indo pro trabalho? - Lúcia pergunta a Júlia.
-Júlia trabalhando, ela não trabalha. -fala Glauber dando risada.
-Estão devendo um jantar agente. -Fala Tadeu.
-Estão abatidos vocês. - Lúcia.
-Não dormimos, foi movimentado ontem né? - Glauber.
-Vamos direto ao assunto. Qual o segredo de vocês?
-Como assim? -sorrir Lúcia.
-O que vocês fazem para manter o casamento? Vocês parecem um casal tão feliz.
-Jantem com a gente que vocês vão saber o nosso segredo. -Tadeu.
A noite.
-Será que devemos levar um vinho? -Pergunta Júlia.
-Você não entende de vinhos.
-Você não entende como agradar uma mulher.
Chegam ao apartamento de Tadeu e Lúcia.
-Boa noite. - Lúcia.
-Sejam bem vindos. -Tadeu.
-Sim. Qual é o segredo?
-Somos praticantes de swing. -Fala Lúcia.
-Querem experimentar? -Pergunta Tadeu.
-Primeiro os casais, depois a troca de casais, depois os homens verem as mulheres trocando carícias e depois nós os homens.
Lúcia e Tadeu começam a tirar a roupa.
-Já? Tão rápido? Sem nos conhecer, criar um diálogo. -Glauber.
-É que somos tímidos. -Fala Júlia.
-Garanto que vão perder a timidez logo logo. -Lúcia beija o marido.
-Nossa nunca vi isso. -Tadeu.
-Porra bora logo. -Júlia o beija.
Depois de duas horas Glauber e Júlia chegam em casa, ela toda dolorida.
-Ai. -Júlia senta no sofá -Não sabia que Lúcia era violenta.
-Ela é faixa preta em Jiu-Jitsu.
-Por que você correu?
-Eu pensei que era brincadeira. Ele iria enfiar aquele dedo no meu cú. Só o polegar dele tem 6 cm.
-E eu pensando que nós éramos modernos.
-Pelo menos temos uma vida sexual normal.
-Uma pergunta: Como sua mãe tão chata como ela consegue manter o casamento?
-Sei lá as pessoas se acostumam.
-Será que eles transam?
-Eu não vou perguntar como anda a vida sexual dos meus pais.
-Eu imagino nós chegando aos 70, se já aos 30 temos dificuldade em transar, quando chegarmos aos 70 vamos rir ao vermos nús um ao outro. - rir. -Vamos fazer uma visitinha aos seus pais.
-Não, de novo não. - se retira.
-Glauber volta aqui.

Curtas urbanas.

Mariana é uma jovem de 30 anos que passa pela chamada crise dos 30. Não casou, não tem filhos. Acredita em amor a primeira vista, ela está toda feliz, pois marcou um encontro com o cara que lhe deu uma bolada na cabeça, causando a ela um traumatismo craniano.


O jantar.

-Esvânia esse vestido está bom?
-Você de rosa-choque dona Mariana?
-Por quê?
-Porque não é só ele que vai te notar, mas a torcida inteira do Maracanã.
-É melhor um pretinho básico né?
Ela se veste e vai para a sala e encontra a prima Abigail arrotando e se coçando vendo futebol.
-Não quero você aqui de noite tá, dispensei Esvânia para o pagodão. Então também desapareça.
-Tá querendo transar com ele?
-Não, não sou dessas que vai pra cama com um homem que conheceu na primeira noite.
Hum tá. Não dê o telefone a ele, espera ele pedir. E se der, espera ele ligar. E faz gostoso.
-Hã?
No restaurante.
-Você demorou.
-Eu tava... cuidando de uma afilhada, um amor de menina. -sorrir -Pediu o quê?
-Um pato grelhado, com um arroizinho e uma salada de maionese.
-Adoro maionese. -dão risada.
-Gostei do vestido, se pudesse arrancaria no dente agora.
Mariana se engasga com a água.
-Está bem?
-Estou... Tô.
-Faz o quê?
-Sou... sou fisioterapeuta.
-Hum, então eu vou querer uma massagem com essas mãos. -pega nas mãos dela.
-A comida chegou.
Quinze minutos depois terminam de jantar.
-Que tal agora o prato principal? Na minha ou na sua casa?
-Não tem nada pra comer na minha casa.
Ele dá risada.
-Não estou falando disso, mas disso.
-Ui. -ela sente algo entre suas pernas - O que é isso?
-Quer saber mesmo?
Ela bebe água.
-Quer mais vinho?
-Não, não, não. Já bebi demais. Perdi a conta.
No carro.
-Pronto em casa. Não vai me convidar pra subir?
-Tá uma bagunça lá.
-Quem disse que pretendo desfazer a bagunça?
Sobem.
-Vou botar uma musiquinha.
-Onde é o banheiro?
-Ali. -ele vai ao banheiro.
Ela vai à cozinha e pega cubos de gelo e passa pelo corpo.
-Ui.
Olha pra baixo e pros lados e mete uns por dentro da calcinha.
Ela toma um susto ao vê-lo nú na sala.
-O que é isso?
-Minha grossinha. Gostou? Vem cá vem.
-Peraê.
Ela começa a derrubar as coisas. Ele a encurra-la na parede.
-Não... Não... Não.
Ele beijando o pescoço dela, começa a descer.
-Sim... Sim... Sim. -ela com os olhos fechados.
Ele para e ela abre os olhos. Ela se ajeita e dá um sorriso sem graça.
-Faz sexo oral?
Desculpa, eu não faço. É muita coisa pra minha boquinha. Eu tenho medo de engasgar e terminar engolindo, mas admiro quem sabe usar a boca dessa forma. Em termo de sexo sou cristã ortodoxa.
-Eu sou espírita Kardecista ou de Umbanda. -da risada - Onde é o quarto?
A leva pro quarto e a joga na cama.
Cinco minutos depois, ele a penetrando.
-O que foi? -pergunta ela.
-Ficou preso.
-Ficou preso o quê?
-Aquilo.
-Minha nossa. Tira! Tem que sair.
-Não consigo.
-Ai meu Deus porque não escutei a minha mãe. -ela tenta a procurar a chave na cama - Ai cadê a chave
-Você está pegando a minha bunda.
-Será que conseguimos nos levantar? Pra ir até a janela chamar ajuda. Eu dispensei a empregada, ela só volta amanhã.
-Então vamos ficar a noite toda assim?
-Uma hora você vai ter que deixar de ficar com o pau duro e essa porra vai sair.
-Eu tomei seis comprimidos daquele do azulzinho.
-Puta que pariu. Vamos tentar falar de coisas brochantes. TV Xuxa.
-Preta Gil.
-Gripe suína.
-Cartão de crédito.
-Tô com dor de barriga.
-Diarréia. Não está funcionando.
Amanhece e entra em casa Esvânia.
-Ai dona Mariana!
-Ai Esvânia que bom que você chegou, chame ajuda. Estamos enroscados aqui.
-Ele ta pelado.
-Tá Esvânia. Você nunca viu bunda de homem?
Uma hora depois, eles são retirados por maca, e imprensa fotografando e filmando tudo e bando de curiosos.
-Ai que vergonha.
-Pelo menos está tirando foto da sua cara. E a minha? A minha bunda vai estar em todos os jornais amanhã.
-Bem feito, culpa sua. Quem manda ser anormal.
-Você que tem uma buceta pequena.
Uma senhoras.
-Nunca vi isso.
-Isso o quê? Homem pelado?
-Não, alguém ficar preso, ai você sabe.
-Ela não me enganava com aquele jeitinho de santa.
Abigail e Esvânia do outro lado.
-Isso aconteceu para confirmar minha tese, existe para cada xoxota um pinto adequado, tipo P, M, G, GG, sabe.
No hospital Mariana no quarto, entra Abigail.
-Que vergonha -Mariana.
-Querida pense no lado positivo, você realizou um feito. Quantas mulheres não queriam permanecer com um pau duro dentro delas por 7h e 35 min. Pesquisei até no Google para ver se seu feito poderia a colocar no Guiness book, mas uma mulher ucraniana já tem o record de 12 h e 20 min.
Entra Flávio.
-Ele pediu desculpas pelo transtorno. Não sei por que esses homens temem tanto e vão buscar esses métodos, se são sadios.
Mariana volta ao apartamento de óculos escuros, pega o elevador correndo. Iriam entrar umas pessoas, mas ela fecha. Sai e sobe as escadas sem olhar pra ninguém e entra em casa, senta no sofá.
-Devoradora de pau! -uma voz lá de cima.
Abigail senta ao lado dela.
-Nunca mais ponho os meus pés na rua.
-E querida, logo logo esquecem.
-Quando você vai embora?
-Está me expulsando?
-Você disse que iria ficar um mês aqui, mas já se passou quatro meses.
-Eu sou o seu amuleto da sorte pra homem.
-Desde de quando? Botei fogo numa casa de stripper masculino, tive traumatismo craniano e fiquei conhecida como devoradora de pau.
-Ai é assim né? Magoei.
-Esvânia se assustou ao ver a bunda de um homem. Acho que ela nunca viu homem pelado.
-Tenho a teoria que ela é virgem. Qual era o tamanho? Flávio me disse que sem ereção o negócio já era grande, tipo até o meio da coxa.
Mariana começa a falar.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vejo assim


Vejo uma criança sendo arrastada por um carro
Uma menina jogada de um prédio
E o povo ávido em busca de culpado
Vejo casas após um estrondo vindo ao chão
Vejo a tragédia no Haiti tirando o seu sarro
Vejo o preconceito sendo despido e mostrado
Vejo a maldade por puro gosto com um irmão
Vejo a morte levando bons homens
E de velhos nomes vai se fazendo a política
Vejo crianças fora da escola
Escolas sendo fechadas
E crianças empunhando armas
Vejo as mídias escrachadas
E com uma desnuda critica
Vejo uma mãe salvando seu filho numa bravura calma
E filho matando pais em plena loucura da alma
E vejo a dor nos olhos de uma mãe
E com os olhos uma criança descobre o mundo
Vejo a esperança abraçada a mim num poço fundo
E a fome dormindo numa esquina bem em frente a mim
E a pobreza com isso rir no fim
Vejo a minha morte
E com isso temo a minha própria sorte
Vejo cores diferentes com apenas um semblante
Por isso não espero atitudes iguais do diferente
Vejo com medo o meu vizinho e sinto o medo dele por mim
Vejo assim, por isso seria melhor nascer cego
Para me libertar do meu próprio ego
Vejo as nossas crianças
E não me pergunto que mundo vou deixar para elas
Mas que adultos ao mundo vou oferecer
Me despeço da amada por não conseguir ver
O beijo que não ofereci por não poder.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Releituras -As 10 músicas que eu mais ouço.

Essa postagem gostei muito do resultado, as pessoas dizendo o seu gosto musical, e por isso decidir repetir, pra quem já notou estou repetindo postagens esse mês. E mês que vem digo que cantores tem me agradado.


Hoje aqui em Salvador está chovendo muito, e quando acontece isso costumo pegar meu mp3 e ouvi-lo debaixo do corbetô. Ai veio a ideia de compartilhar com vocês as músicas que ouço mais.
Essa primeira postagem só vão ser nacionais, depois faço uma lista das internacionais que gosto. Quem comentar sugiro também que faça sua listinha ou diga se gosta de alguma música da lista.

1- Garganta- Música de Totonho Villeroy, interpretada por Ana Carolina. A música nasceu quando Villoroy viu um dos shows da Ana lá em BH, e foi até o camarim dela e entregou a letra a ela, daí nasceu o primeiro grande sucesso dela.

2-Amado- Música de Vanessa da Mata, interpetada pela mesma. Foi tema da novela A favorita da rede Globo e foi música do terceira cd, Sim. Eu adoro essa música, principalmente por causa da voz de Vanessa, como também adoro a voz da Ana, acho bem diferentes as vozes delas. Ah também gosto de Ai Ai Ai.

3-Malandragem- Música da parceria de Cazuza e Frejat. Que marcou na voz inconfundível da Cássia Eller, presente de Cazuza a musa do rock.

4-Os cegos do Castelo, de autoria de Nando Reis, interpretado pelo mesmo, pra mim um dos melhores compositores da atualidade. Essa música também faz parte da história dos Titãs, hoje ele canta com a banda os infernais.

5-Faroeste Caboclo- de Renato Russo, da banda Legião Urbana. Pra mim um dos melhores compositores de todos os tempos, viajo nas músicas dele. E a letra dessa música daria um filme.

6- Lama- Música de Meg Stock, a vocalista sexy da banda Luxúria, a qual pertence a música, uma banda de rck pesado, mas com uma levada para o pop.

7- Equalize- Letra de Peu Souza e Pitty, gosto dessa música que faz me lembrar de uma pessoa que amei muito. O clipe é maneirissimo, bem ao estilo Pitty de ser. Ah tenho que falar sobre o Me adora, que é massa essa música.

8-Faz parte do meu show- Música da parceria de Cazuza com Renato Ladeira, música com letra forte, mas muito bonita na voz de Cazuza. Música que fez parte do cd o Tempo não para.

9-Aonde quer que eu vá- de Paulo Sérgio Valle e Herbet Vianna, sou fã declarado da banda Paralamas do Sucesso, indico essa com vontade de indicar todas.

10-Martelo bigorna- Do grande compositor Lenine, a música foi tema de Yvone em caminho da Indias, e acho que muita gente se identifica com a letra da música, eu pelo menos sim.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Releituras.

Por que sei que o que sinto é amor.

Eu te amo
Por que te amo?
Te amo, porque te amar me faz bem
Amor é estado de graça
Amor não tem contra-indicação
Pois te amar me torna sereno e calmo
Não quero sentir isso por mais ninguém
A não ser por você
Te amo porque ao olhar direto nos seus olhos
Enxergo que sou importante pra você
Te amo porque toda vez que meus lábios
Se encontram com os seus descubro que com você
Vou estar quando meus cabelos ficarem grisalhos
Amor não tem idade, sexo e nem raça
Amar você é como estar ouvindo a mais doce melodia
Que me faz ter a certeza que quero ficar com você a cada dia
O nosso amor é quente, forte e um máximo
Somente com você me sinto mais homem
Quando ouço a sua voz quente no meu ouvido dizendo:
Eu te amo
A noite é apenas mais uma noite sem você
Mas quando estou entre seus braços ela se torna só emoção
Ficar preso na suas pernas é o que estou sempre querendo
Sei cada detalhe do seu rosto
A quantidade de pêlos no seu peito
Todas as suas fraquezas e virtudes
Te amo pela suas atitudes
Te amo pela sua franqueza
Te amo pela sua teimosia
Te amo pela sua preguiça
Não preciso mostrar a essa porra de mundo
Se o que sinto por você é amor
Se o nosso amor é certo ou errado de acordo com a natureza
Só sei que a cada dez palavras, nove é o seu nome
Você está no meu café da manhã, almoço e jantar
Que você me conhece mais do que a mim mesmo
Que peço aos céus, ao mar ou sei lá o quê
Que você não deixe de me amar
Não sei se o que sinto é amor
Também não isso que importa
O que importa é que quando estou ao seu lado
O mundo acaba e só resta nós dois.

Versos bacantes.


Quero o beijo da Sylvia de dia
E de noite me atracar com Raquel nos matos
Parecendo dois insensatos
Quero Renato percorrendo todo o meu corpo
Jaqueline vou te arrombar
Luís quero dá pra você
Amanda espera que ainda vou fuder com você
Guilherme tire logo a calça
Tereza não pare, adoro a sua ousadia
Daniel fique por cima de mim essa noite
Lucas não fique parado assistindo tudo de camarote
Me dê um pouco do seu cangote
Essa noite não quero uma noite falsa
Por isso pode vim também Leda, Marcos e Escobar
Para se ter uma festa de pernas e tripés
Corpos quentes
Bocas calientes
Essa noite quero tudo
E a todos
Os seios de Camila
O abdômen de Flávio
A vagina de Sophia
E o falo de Otávio
Quero gozar dentro de Mariana diversas vezes
E não esquecer Fernando queimando dentro de mim
Essa noite eu sou de Carlos, Cristina e Priscila
Quero homens com H e até mulheres que curtem os dois sexos
Hoje pode estar na minha cama Yasmim
Amanhã posso querer Oscar nela
E você o que tem haver com isso?
Você pode gostar de homem ou de mulher
Eu prefiro variar o cardápio
E você porque se incomoda com isso?

Releituras.

Em uma das minhas noites em surto escrevi.


Gostaria de voltar a ser menino
A pensar e agir como menino
Mas minha mãe diz que homem não chora
Gostaria de errar menos a cada hora
Sei que não sou perfeito
Talvez você não entenda o meu jeito
Cansei de ouvir o que acham o que é certo para mim
Queria que certos momentos não tivessem fim
Não quero mais esperar na janela o beijo que não recebi
Envelheci você pensa que não percebi
Deveria conversar mais com Deus
Queria ter o poder de fazer previsões
Para enxergar um mundo sem guerra, fome , doenças e aflições
Cansei da minha falsa modéstia
Quero tirar do meu dicionário a palavra angústia
As vezes me sinto tão carente
Sinto falta de ser elogiado pela família
Desejo o colo da minha mãe
Descobri que minto as vezes
No futuro você quer plantar que semente?
O que me perturba durante o dia?
Vou fazer uma revolução, não de armas, mas de amor
As palavras deveriam sair como flor
Cansei dos seios perfeitos e da bunda empinadinha
Descobrir que não acredito mais na política
Não gosto de ouvir critica
Me pergunto o que está acontecendo com as nossas crianças
Por que elas morrem e sofrem?
As vezes gostaria de ver Cristo para saber se isso é justo
Não quero a glória a qualquer custo
Deveria crer que existe novas esperanças
Queria ser dono de uma ideia genial
Sei que não sou um bom poeta
Queria caminhar com Gandhi pelas águas do Ganges
Queria pilotar uma motocicleta e sair pelo mundo
Queria fazer rir como o saudoso Bussunda
Queria estar alerta para ouvir outra vez os Mamonas tocar
Gostaria de continuar viajando com as músicas do Renato
Eu não nasci para ser beato
Choro, mas cadê lágrimas, fico sem ar
Acho que não sei o que sou de verdade no fundo
Queria gozar entre as pernas da Madonna
Beijar a Angelina Jolie
Comer o Gianecchine
Ter por uma noite em minha cama a Luana Piovani e a Fernanda Lima
Queria sentir outra vez o corpo quente da pessoa que amo
Queria me libertar das dúvidas, ir pra zona
Esquecendo o que é certo ou errado talvez haja rima
Não desejo sofrer, quero ser livre caminhando sem rumo
E por fim, não menos romântico
Gostaria de morrer de amor.


Apenas versos

Eu sonhei ontem com um mundo
No qual eu queria estar.
Um mundo onde podia assistir comédia
Sem lembrar os meus dramas
Um mundo onde as pessoas não procuravam fazer média
Um mundo onde homens não batessem em damas
Um mundo onde meninas não ficassem na rua
Em busca de poucos trocados, ao invés de suas quentes camas
Um mundo onde pudesse beijar meu namorado
Sem me importar o que certas pessoas vão pensar
Um mundo onde uma palavra de afeto
Fosse mais importante do que armas
Um mundo sem desorientado governo
Um mundo cheio de olhares de crianças
Um mundo onde não houvesse ninguém sendo maltratado
Um mundo onde homens tivessem esperanças
Um mundo que não fosse chamado apenas de moderno
Um mundo onde eu pudesse crer que Deus me ama
Um mundo onde voltasse a receber o amor dos meus filhos
Um mundo onde eu pudesse ser perdoado dos meus erros já cometidos
Um mundo que não tivesse formas de pensar tão antigos
Um mundo onde eu não notasse que cresci para ficar com meus amigos
Um mundo onde amigos não procurassem alívio através de um pico
Um mundo que não dissesse que não era rico
Um mundo onde todos fossem considerados iguais independente da cor
Um mundo onde pudesse encontrar Deus
Através dos meus orixás, santos, espíritos e anjos
Quem te disse que a minha forma de chegar a Deus é errada?
Na verdade todos buscam explicar o inexplicável
Um mundo onde não se enxergue mais dor
Um mundo em que eu não me surpreendesse com a maldade humana
Um mundo que não se comemorasse o lamentável
Um mundo onde não se perdessem vidas por nada
Ao fim do meu sonho uma voz me perguntou:
-Quando esse mundo vai ficar parecido com o mundo dos seus sonhos?
Aí eu respondi:
-Quando todos se derem conta do que vale verdadeiramente, que é amar.

domingo, 18 de abril de 2010

Releituras -Bem.

Uma mulher e uma criança cantando uma música com o som ligado, o carro em alta velocidade. Era uma noite chuvosa.
Ao acabar a música riem.
-Jean já mandei colocar o cinto.
-Eu não gosto.
-Pegue aquele CD para mamãe.
Ele pega e entrega a ela.
-Amanhã vamos à casa de vó Nide?
-Não sei; depende se amanhã eu não for para o jornal, vamos comer...
-Batata frita! - falam juntos.
Aparece um ônibus na contramão, ela vira o carro, e este capota várias vezes até parar e ficar só o silêncio nessa noite chuvosa.
No hospital ela abre os olhos e ver a Mãe, Dona Neide e o irmão Cláudio.
-Filha, graças a Deus você acordou.
-O que aconteceu?
-Você capotou o carro...
-O meu filho?
Dona Neide olha para Cláudio.
-Ele está bem, descanse. Amanhã você faz alguns exames e talvez já saia na próxima semana.
Ela deita e fecha os olhos, ao voltar a acordar ela ver o filho se aproximando com um buquê de rosas. Ela sorrir com lágrima nos olhos, se abraçam.
-Estava já com saudade. Você está lindo! Eu não pensei em mais nada, a não ser te proteger naquela hora.
-Eu sei... Estou aqui com você agora.
No dia seguinte ela acorda e não ver o buquê de rosas.
-Bom dia. Como se sente? - a enfermeira.
-Onde está o buquê de rosas que o meu filho deixou para mim?
-Não tinha nenhum buquê quando entrei aqui Dona Patrícia.
-Um buquê não some de uma hora pra outra. Criou asas?
-Vou procurar saber, agora se acalme. É melhor para a sua saúde.
Uma semana depois ela recebe alta, entra no banco traseiro do carro, o irmão no banco do motorista, ela deixa a porta aberta para o filho entrar, este entra e se dão as mãos.
Ela chega em casa, Jean sobe logo para o quarto. Ela anda por toda a casa e conversa com a empregada.
-Nossa fiquei todo esse tempo em coma.
-Aconteceu muita coisa senhora.
Ela entra no quarto do filho, abre o armário, não há mais roupas dele. Ela desce.
-Socorro, onde estão as roupas de Jean?
-Dona Neide mandou dá para um abrigo.
-Aqui o dinheiro, compre roupas novas para ele.
-Mas...?
-Está esperando o quê?
No almoço.
-Cadê o prato de Jean? Também deram?
-É que...
-O meu filho almoça comigo. -colocou o prato na mesa.
Os dois na mesa
-Não vai comer? Mandei fazer o seu prato preferido.
-Estou sem fome, onde estou não preciso disso.
-Não vai estrear nenhuma das roupas que mandei comprar? Não gostou delas?
-Eu te amo mamãe, me perdoa por não ter dito isso antes.
-Eu te amo também filho. Muito... Muito.
Ela enchuga os cabelos dele depois do banho.
-A sua orelha ainda está suja. Tem que voltar pro banho. -faz cócegas nele.
-Não... Ai. -rindo.
Ele deitado na cama, ela deita com ele.
-Era uma vez num planeta muito distante que tinha um menino muito valente...
-Que havia vencido um dragão. Essa você já contou, não vale.
Ela rir.
-Acho que não estou mais uma ótima contadora de história.
Ela ao acabar a história boceja.
-Não vai dormir?
-Quero olhar mais uma vez o seu rosto para nunca mais esquecer dele.
-Você sempre vai poder ver o meu rosto querido, que besteira. - alisa os cabelos dele - Você é todo o seu pai, que pena você não poder ter o conhecido. Ele dizia que iria jogar muita bola no campo aí fora com você.
Ao amanhecer Jean sofre um acidente, um jarro cai em seu pé.
-Filho! Se machucou? - ela se espanta por ele não estar ferido.
Ela olha para ele.
-Eu estou bem mamãe.
Jogam cartas a tarde toda. Uma semana depois Dona Neide vai visitar a casa da filha e a empregada a leva até a janela para ver a filha empurrando uma cadeira de balanço sem ninguém sentado nela.
-Ela conversa sozinha. Não sai do quarto o filho. Eu estou com medo, Dona Patrícia não está bem.
Dona Neide marca um almoço com o filho num restaurante.
-Você contou a Patrícia que Jean morreu naquele acidente?
-Não. - começa a chorar Como vou contar que aquele menino que corria pela casa toda, brincando, sempre sorrindo, não está mais entre nós se nem eu acredito que isso aconteceu? Ela morreria mamãe, ela não aguentaria mais essa perda.
Dona Neide visita à filha, quem abre a porta é Patrícia.
-Mãe.
-Posso entrar?
-Claro.
Entram e sentam-se no sofá.
-Jean não demore no banho! Sabe Jean não parou com a mania de brincar debaixo do chuveiro. - ela nota o rosto fechado da mãe - O que foi?
-Jean está morto.
-Que brincadeira é essa? Eu terminei de falar com ele. Você quer vê-lo?
-Chega Patrícia! - ela chorando - Jean foi arremessado para fora do carro, ao chegar à ambulância no local ele já estava morto, morto, lamento. Ma você tem que compreender isso.
Ela sobe para o quarto do filho, o procura.
-Jean.
Entra no banheiro, o banheiro está seco.
-Não! - ela dá um grito e começa a chorar.
A mãe aparece e a abraça.
-Eu quero ver onde ele está enterrado.
Ela ficou um bom tempo parada em frente ao túmulo do filho para ver se acreditava no que os seus olhos estavam vendo.
Em casa, ela de frente ao espelho com os olhos vermelhos de tanto chorar, sente a mão do filho tocando a sua mão, ela vira o rosto e o ver.
- Por que não eu? Era para eu morrer, não você. Isso é injusto, não são as mães que tem que enterrar os filhos. Eu daria tudo para ter você de volta.
-Eu sei mamãe. Eu vim dizer que não vou mais aparecer, eu só queria viver o que eu vivia e sentia que era o quanto era feliz com você. Eu não vou está mais nessa casa, mas vou está aqui, no seu coração.
-Você sentiu dor?
-Eu nem senti, foi rápido, eu estou bem, estou com o meu pai.
Ela começa a chorar.
-Não vá, fica. Não me deixe. Você é o meu bem mais precioso, você sabe disso.
-Eu sei. - beija o rosto dela.
Ela fecha os olhos, ao abrir, ele não estava mais lá.
Ela preparando o almoço com a mãe.
-Jean falou comigo outra vez, disse que está bem, que está com o pai. - começa a chorar.
-Eu adoraria acreditar que você viu o Jean, que falou com ele, esteve com ele. Eu adoraria que ele não fosse só uma lembrança de quando ele corria pela casa gritando Vovó... Vovó e comendo a batata frita que eu fazia especialmente pra ele. Eu também gostaria de estar com ele.
-Eu falei com ele, acredita em mim, eu não estou louca.
-Os mortos não voltam filha.
Alguns anos depois.
Num hospital, Patrícia e colegas de trabalho visitam um colega que está internado com pneumonia na ala para soropositivo.
Ela ao sair ver uma mulher discutindo com um médico.
-Você disse que o meu filho não morreria.
-Lamento, mas saiu do controle, ele não se recuperou como esperávamos.
-Quero o meu filho de volta.
O médico a deixa, ela chora. Patrícia se aproxima.
-Desculpa, não teve como não ouvir.
A senhora olha para ela.
-Eu também perdi um filho, e eu não tive a oportunidade de me despedir dele, de me preparar pra esse sofrimento. Ele morreu num acidente de carro no qual eu sobrevivi e você mesmo tendo esperanças de que seu filho se curasse da AIDS sabia que um dia que esse dia chegaria. Não quero comparar as nossas dores, não cabe essa hora saber de quem é a dor maior. Ensinaram a nós mães a colocar pessoas no mundo, mas não a perdê-las. Sabe que mesmo com essa fatalidade que ocorreu em minha vida, eu fui abençoada, porque tive a oportunidade de depois de me despedir do meu filho. Não são todas as mães que tem essa oportunidade.
-Que espécie de pessoa você é? Louca?
-Não, eu só quero lhe dizer que o seu filho está bem, está sorrindo agora para você. Ele é alto, forte, cabelos e olhos castanhos, tem a sua boca e os olhos do pai e ele detesta o nariz dele, fazia o que mais gostava, que era tocar bateria, ele se tratava só por sua causa, pois ele não gostava do sofrimento que isso causava nele. Ele se libertou.
-Como você sabe de tudo isso sobre o meu Marcelo? - chorando.
-Ele me contou, está agora do meu lado.
-Deixa vê-lo, quero vê-lo pela última vez... - se abraçam.
A mulher depois entra no quarto onde o filho estava e ver em cima da maca uma rosa, começa a chorar. Todo o dia Marcelo dava rosas vermelhas a ela, pois sabia que as rosas vermelhas eram as preferidas dela, ela beija a rosa.
-Obrigada filho.
Em casa, numa mesa no jardim reunidos Patrícia, Neide, Cláudio e a esposa com o filho de 4 anos.
-Não vai casar novamente Patrícia? É jovem, pode ainda ter filhos. - A esposa de Cláudio.
-Acho que nada vai recuperar esse vazio que sinto no meu peito.
-Mas um filho e um marido não vão retirar o espaço já ocupado no seu coração por Jean e Fausto. - A mãe diz.
-É minha irmã, todos têm o direito à felicidade, eu tenho a certeza que eles não querem te ver assim. - O irmão.
-Mas quem disse que não sou feliz? Sou feliz, pois poucos tiveram a sorte de ter uma filho tão amado e um esposo tão devotado quanto eu tive.
-João Gabriel não entre aí. Aí esse menino.
-Deixa que vou pegá-lo.
Patrícia entra em casa e encontra João Gabriel chorando diante de um retrato em que havia Jean e ela abraçados.
-Sua mãe está te chamando para voltar para sua casa.
Ele alisa os móveis e vira-se pra ela.
-Ma esta é minha casa.
Ela se aproxima dele, se abaixa para ficar na mesma altura que ele.
-Onde está o seu pai?
Ele sobe a escada, ela o segue, ele entra no quarto de Jean, abre uma gaveta e entrega um desenho a ela, que o Jean desenhou, o pai e ele jogando bola. Ela se emociona e se segura na parede, coloca a mão na boca.
-Obrigada.
Saem do quarto, fecham a porta. Ela coloca uma da mãos na cabeça dele e somem pelo corredor.

Releituras.

Só para não deixar de escrever.


Ontem escrevi versos
Guardo para te mostra na próxima estação
Quero ficar a noite toda sem noção
Convidar um amigo para dividir a cama comigo
Para dialogar coisas de menino
E depois tomar um porre para falar coisa de embriagado
Quero construir uma casa numa ilha e viver sossegado
Quero conhecer uma menina para dizer a ela que viver sem ela não consigo
Não sou preso a vaidades
Como meninas e meninos quando tenho vontade
Vou fuder entre suas pernas de um jeito indescritível
Não gostaria de ser a você um menino tão suscetível
Quem disse que quero herdar o Paraíso?
Santidade não é comigo!
Vou violentar o teu rosto
Para descobrir se sinto gosto
A minha verdade ninguém sabe
Sou desses que tem um álibi escondido
Vou me esconder nesses versos que prometi
Encontre-me se for capaz
Na próxima semana vou te pedir em casamento
Esses versos vão servir para lembrar esse momento.


Sexo sem vergonha.

Para começar vou bater uma punheta com a mentira
Levar para a cama a ousadia
Comer uma puritana numa noite de putaria
Gozar na cara da impunidade
Meter o pau na corrupção
Desvirginar a liberdade
Dizer o que é imoral no meio da sacanagem
Dá para a economia
Inventar uma posição para a pobreza
Me excitar com a inveja
Rolar no chão e ser chamado de lagartixa pela globalização
Perder entre as minhas pernas a porra da nação
Despir a mídia
Ficar vermelho com o que posso fazer na tristeza
Abrir as pernas da educação
Levar para um inferninho a ruindade
Chupar a idoneidade
Tarar a vaidade
Ir pro segundo tempo com a bandidagem
Fuder com o preconceito
Furar a burguesia
Fazer um bacanal da violência
Convidar a arrogância para uma suruba
Quem sabe curtir um swing com a hipocrisia
E de quebra ainda trepar com a estupidez
E achar gostosa a esperança
Fazer um filho na ignorância
E gemer diante da paz.

domingo, 11 de abril de 2010

Deixo aos vermes.

Tudo isso me cansa
O céu não há mais estrelas
E as manhãs já não são mais belas
As rosas não tem cores
E não tenho motivos para risos
Minha carne fracassada entregarei aos vermes
E vão sentir o frio da minha epiderme
Não terei mais amores
Nem a angústia de não poder pgar ao vizinho
Não mais me desviarei do caminho
Não mais levarão meu dinheiro
Nunca mais sentirei o teu cheiro
O que só sobrará é um corpo inerte
Inerte há muito tempo
Sem cor
Sem amor
Com dor
Estou morto, sepultado e enterrado
Ofereço o meu corpo fétido e putrefado
A todos aqueles que não deram ouvidos
Se existe eternidade
Espero descanso da minha enfermidade
Com prazer fiquem com a minha morte.

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