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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Bahia de todas desigualdades.



Nessa terra que recebe turista como ninguém
Em que certas minorias ainda não são vistas como alguém
Do garoto queimando pedra na orla
Ao homem que teima em coexistir entre arranha-céus
Passando por mais um furto
Da qual os homens de terno são lembrados  que também dessa terra são filhos seus
A prostituta universitária da Pituba e a puta da Sete Portas que se vende a dez reais não são iguais?
Terra de muitos frutos
E de pequenas e grandes obras que se arrastam
Terra de tantos becos e saídas sem solução para engarrafamentos que persistem
Em tirar uma... duas horas do trabalhador baiano
Nessa terra brinca-se de educar
E nem a nossa polícia truculenta é salva do engano
Nessa terra que recebe bem turista, mas doente  espera em corredor
Amanhece o dia em fila a procura de atendimento
Isso quando não encontra a porta fechada e descobre  uma outra dor
Aqui o pouco que se tem vai embora
De um lado por falta de chuva do outro por excesso dela
Em um mesmo pedaço de chão persiste a luta de interesse
Dos que nada têm e dos que querem ainda mais
Povos que lotam arquibancadas por amor a um time
Não amam com a mesma intensidade e depredam essa cidade bela
Berço de artistas mundialmente conhecidos em meio há um emprego ainda a procura-se
Terra de diversos ritmos e sons, mas que não abre espaço para esses demais
E assim cidades vão se construindo
De um lado casas amontoadas e do outro bairros dentro de outros bairros
Nesses dois espaços os verdadeiros governantes se apresentam
Nessa terra em que toda luta é justa
O trabalhador vai se diminuindo
Perante uma copa que não sabemos o quanto custa
Na minha Bahia com tudo isso o povo ainda consegue rir
Porque aqui até protesto termina em festa
O governo finge que governa nós os governados
A Bahia que não me sai do pensamento é essa e teima em não partir
De absurdos não se sabe do que a vir ainda resta
Passam-se mandatos sem mudar os mandados
Nessa Bahia de diferentes credos
Que Oxalá olhe por nós.

domingo, 27 de maio de 2012

Curtas urbanas

Gláuber e Júlia são um casal que se "amam" muito e aproveitando a deixa de um apagão no condomínio para discutir a relação e relembrar alguns fatos.

O apagão.

Júlia está batendo algo no liquidificador, falta luz.
-Droga, na hora da minha vitamina de banana.
-Droga bem na hora do jogo do Flamengo.
-Gláuber acenda uma vela.
Ela vai pra sala e ver Gláuber com uma lanterna.
-Eu falei vela Gláuber. Você é surdo?
-Vou procurar meu rádio de pilha.
-Gláuber você é velho hein! Você pode muito bem escutar a porcaria dessa partida pelo celular.
Júlia acende uma vela.
-Pra quê vela se tem lanterna?
-Eu quero acender a vela posso? Tem muita vela em casa. Eu não quero ser uma colecionadora de velas. Compro pra acender para os finados da família, mas infelizmente ninguém morre nessa família.
-Vamos jogar buraco?
-Você não tem nada mais interessante pra fazer. Eu aposto que nossos vizinhos não estão jogando buraco nesse momento, devem estar aproveitando pra brincar com outros buracos. Ah tive uma ideia, vamos ficar ouvindo o que nossos vizinhos estão fazendo.
-Não. Você se lembra como terminou da outra vez, eu levei uma dedada no cu e você ficou toda arrebentada.
-Maldita cigana, eu deveria ter acreditado nela e ter me separado de você enquanto te namorava.
                                                        ***
Júlia e Gláuber jovens passeando de mãos dadas, se beijam.
-Posso ver o futuro do lindo casal?
Eles se olham e Júlia sorrir e oferece a mão.
-Como será meu futuro com Gláuber?
A cigana olha pra Júlia.
-Sabe quando estamos com diarreia e tiramos a roupa intima e vemos aquele estrago, aquela linha, aquele rojão...aquele borrão no meio?
Sei... Deixa eu ver se entendi. Você está dizendo que meu destino está cagado? É isso?
-Mais ou menos isso.
-Gláuber me segura que vou dá umas bifas nessa mulher.
-Espera é a entidade que está dizendo.
-Então manda descer essa entidade porque tenho uma coisinhas não muito legais pra dizer a essa criatura. Gláuber tapa os ouvidos que meu vocabulário de palavrões é mais extenso do que a de Dercy Gonçalves.
-Júlia só falta essa você brigar com entidade.
-Isso é coisa que se diga pra uma pessoa.
-Quanto é? -Gláuber.
-R$ 50,00
-O quê? Querida por R$ 50,00 você poderia ter mentido né? Gláuber não vamos pagar porra nenhuma, vamos.
-Espera aê. -A cigana.
                                                              ***
-Mas eu tinha que ter adivinhado como ia ser minha vida com você já pelo casamento. O carro que o seu foi me pegar quebrou e o filho da mãe nem pagou um táxi me enfiou numa combe  lotada.
                                                            ***
A combe lotada pára e entra uma gordona.
-Licencinha, desculpa. Peraê gente me dê um espaço aí? -Ela senta uma banda da bunda nas pernas do pai de Gláuber.
-Ai, não estou sentindo minhas pernas. Minha mão tá aonde? Eu tô pegando o quê?
-Ei tio é melhor o senhor num sabê no que tá pegando.
-Ai Tô passando mal, acho que vou morrer. -Uma senhora.
-Pelo amor de Deus não tenho licença pra dirigir na cidade. -O motorista.
A senhora solta um peido.
-Minha senhora você não vai morrer, você já está é morta. -Um rapaz.
-Meu Deus não posso entrar na igreja com esse cheiro -Júlia.
Júlia se levanta e fica encurvada na combe com buna encostada na janela.
-Meu filho acelera esse carro pelo de Deus. -Outra mulher.
-Oh minha senhora só se eu passar por cima dos carros. Não tá vendo desgraça que tá tudo engarrafado?
-Ai eu quero sair. -A senhora
-Gente é melhor tirar essa criatura daqui. -Um homem.
-Ah não, demorei muito pra me acomodar. Eu não vou levantar não. -A gordona.
A senhora solta outro peido.
-Ai Jesus esse foi pior do que o primeiro. -O pai de Gláuber.
A combe pára e entra mais um passageiro, e ao fechar a porta o rabo do vestido de Júlia fica do lado de fora.
-Minha nossa o que é isso? Tem peixe morto aqui dentro? O homem que entrou.
Passa um carro e leva o rabo do vestido de Júlia.
-Nossa até que agora tá dando um ventinho bom. -Júlia.
-Minha filha, não olhe agora mas seu rabo tá todo do lado de fora. - O pai de Gláuber.
                                                     ***
-Toda a Avenida Paulista viu minha bunda. Mas todo mundo pensou que eu não ia casar. Mas casei, entrei na igreja assim mesmo. Mas pior que o casamento foi a Lua-de-mel, a casa que sua mãe te deu pra passarmos a lua-de-mel. Sua mãe te ama Gláuber. A gente demorou dois dias pra entender porque só tinha a gente naquele lugar. A casa no meio do nada, só mato, cheio de sapo, a casa toda esburacada. Eu não sei se eu não dormir por causa do coaxar dos sapos ou por causa das pingueiras. Mas até hoje me pergunto que criatura constrói uma casa perto de barragem de uma usina hidrelétrica . Não é de Deus não.
-Quando a gente conseguiu dormir a sirene da usina nos acorda.
-Mas o mais impressionante é que a casa ficou em pé depois da enchente.
-Não, o mais impressionante foi você no dia seguinte tentar vender a casa.
                                                           ***
Um casal aparece interessando em comprar a casa.
-Cadê a vizinhança? -O homem.
-Pra quê vizinhos? existe coisa mais chata que vizinho? -Júlia.
-E podemos ver a casa por dentro? -A mulher.
-Não mandamos foto? Vocês não viram?
-Você disse que a casa era em frente ao mar. -A mulher.
-É em frente, bem lá na frente.
-Eu não tô vendo.
-Querida se eu tô dizendo que tem mar lá na frente é porque tem mar lá na frente.
-Querida acho melhor  não comprarmos a casa. -O homem.
-Não, vocês vão ficar com a casa. -Júlia tira uma arma da bolsa.
-Júlia o que você  está fazendo? -Gláuber.
-Entram na casa bora e não olhe para atrás, passa o cheque.
O homem dá o cheque.
-Não nos mate. -eles entram na casa e Júlia passa a corrente e prende  com cadeado.
-Bora Gláuber.
-Socorro! Ai tem sapos aqui dentro. -A mulher dentro da casa.
E Júlia e Gláuber partem com o carro.
                                                   ***
A luz voltou.
-A luz voltou. vamos fazer o quê agora? -Gláuber.
-Eu vou terminar de bater minha vitamina de banana.
-Eu vou ver se ainda está passando a partida do Flamengo.

-.

sábado, 26 de maio de 2012

Memória em surto - Dizem que sou romântico.



Eu não sou romântico, não sei quem inventou e espalhou essa ideia. Só porque escrevo poesia ( hoje com a internet qualquer um rima), só porque acredito no amor ( a cabeça é minha e acredito no que eu quiser), só porque falo em família ( se você conhecesse minha família você iria querer outra família). Românticos são loucos, românticos são tristes e pirados, então pra quê vou querer ser romântico?
Um amigo meu uma vez falou: " Não basta comer, dormir e respirar? Por que ainda temos que amar? Porque temos essa vontade louca... muito louca ( não é a música das gaiolas, meu texto é de nível) de encontrar a nossa metade da laranja?
Nunca namorei, estou começando a achar que vim com algum defeito de fábrica. Eu acho que sou feio, mas se fosse feio não pegava ninguém em balada, é mas pode até ser que fui a segunda... terceira opção da pessoa, ou álcool ajudou. Confesse você nunca fez caridade bêbado? A adolescência é uma desgraça você pega qualquer coisa que anda. Ou você está no zero a zero a balada acabando, seus amigos na festa, você pega aquele tribufu que tá te olhando só para não sair por baixo. Quem nunca fez isso?
Um colega meu de trabalho disse um dia que ficar acreditando nesse negócio de amor ou amizade entre homem e mulher, ou era coisa de mulher ou de viado. Eu como conheço bem os viados, posso garantir que não, são coisas de viado: Comentar a nova bizarrice da Lady Gaga, saber que Madonna lançou um novo clipe e correr pra ver e garantir que é o primeiro a compartilhar, ir pra balada que só vai tocar música da Rihanna, estar em casa em plena sexta-feira ( viado não fica sexta-feira em casa) então pode ter a certeza que ele estar ou sem dinheiro ou chorando por alguém ouvindo Adele, ficar na frente do espelho imitando a Beyoncê, tem ainda os que ficam malhando ouvindo Katy Perry, e não posso esquecer o tipo que vai ler isso e vai dizer que sou homofóbico -o Paranomofóbico -e os mais espertos que vão estar é fudendo mesmo.
Um tio meu falou uma vez que de tão romântico que era, acreditava que nasceu com uma alma feminina, ou o lado feminino. Eu confesso que temo que ele um dia exacerbe esse lado feminino.
E digo uma coisa, eu não acredito naqueles que postam no face que estão felizes solteiros, sozinhos e ficam a madrugada toda na internet e eu me pergunto fazendo o quê. Mas pior do que isso, e confesso que já cheguei nesse estado, é aquela pessoa que posta: Quem quer namorar comigo?, Estou solteiro., Case comigo?. Ninguém posta quer trepar comigo? Mas acreditem tem estágio mais desesperado que esse, o de conversar com a atendente de telemarketing que te liga cobrando cobrança, ou dá em cima da entrevistadora que está te selecionando pra uma vaga de emprego, ou ficar respondendo mensagem da operadora que te manda mensagem pra você recarregar. E o mais desesperado de todos, dá em cima do testemunho de Jeová que bate na sua porta ( Me salva!) vai que cola, quem sabe a pessoa que você tanto procura é uma testemunha de Jeová.
Outra coisa juro que a próxima pessoa que dizer que sou legal enquanto estiver teclando comigo eu solto um palavrão. Você está numa sala de bate papo que a temática é sexo, a pessoa te diz que você é legal, é a mesma coisa que dizer que você é estranho.
Do que adianta dizerem que você é legal, inteligente, engraçado, diferente dos outros se em todas as noites você dorme sozinho?
Então pra acabar com essa ideia de que sou romântico entenda que todas as palavras bonitas que escrevo nas entrelinhas significa o seguinte: Quero comer você!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

De tudo que é lascivo a decência censurá



O beijo é a minha ereção preferida
Diante do fato que o fato não será consumado
Resta-me os carinhos, afagos e a gozada de fim de noite
Não ganhei o dinheiro da entrada
A sorte que tenho contatos nessa noite apátrida
Claro que num espaço adequado
Mas também não tem problema adoro ser desacoito
É difícil o cliente tem corpo grande e cú  apertado
Mas toda foda mal dada é esquecida quando chupam o meu pau grande
Cadê a camisinha e o pó sobre a mesa?
Depois de ter derramado o seu líquido sobre o meu abdômen
O que pelo menos conforta a foda
Não consigo lembrar os meus passos durante o dia devido a fraqueza
Só me lembro da cocaína cheirada no banheiro com franqueza
Aqueles corpos todos acessíveis e olhei para um cliente de boa bunda
Estava vestindo colcci, bonito e estava fumando narguilé com amigos
A madrugada foi entrando e eu com meus castigos
No final ficava com o que realmente valia a pena
É dezembro, ninguém fode, sem centena
Nessas horas é bom revisitar
Os românticos, os profissionais, os frios
E deixar correr o risco
Clientes, drogas, sexo, amor, solidão
Quem sabe um dia saia dessa devassidão.

Meu help.



Acordei triste sem saber muito o porquê
A minha noiva veio pra festa sem buquê
Estou cansado das frases feitas
De tudo que é perfeito
Que sempre tem algum defeito
Tudo igual, mais do mesmo
O meu gozo já não me satisfaz
E gostar de alguém eu não sou capaz
A droga já não tem efeito
E a vida já não tem sentido
Onde está a morte?
Já não tenho essa sorte
E continuo fingindo, fugindo
Perdendo e não me acostumando
Dando o pouco do que me resta a outro alguém
E o maldito sono não vem
E a minha maldita vez não vem
Estou aquém a Deus
Afim de ficar triste
Dançando sobre a própria merda
Esperando o sono que não vem.

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