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domingo, 19 de outubro de 2014

12 sessões de sodomia. - Capítulo 4.



Helena - 50 anos.

Entro na sala, a senhora já estava sentada e confortável na poltrona.
-Como vai Helena?
-Vou bem.
Ela era loira, já tinha vários fios de  cabelo branco que a idade teimava em mostrar e a nenhuma vaidade que ela tinha teimava em não pintar. Tinha olhos verdes tristes, apagados, longes, como se olhasse para o passado e se perdesse lá. Unhas não pintadas, rosto cheio de marcas e nenhuma maquiagem.
-Hoje está pronta pra falar de Solange?
-Sol... -ela sorrir.
Um sorriso envergonhado, cheio de falhas e escurecidos pela nicotina.
-Solange era uma das poucas coisas boas que a vida me trouxe. Ela era pra frente, enquanto eu era conservadora, era atirada, enquanto eu era tímida, era liberal, enquanto eu ficava só nos pensamentos ou ao que os outros pensavam. Era linda, uma beleza simples que não precisava de muita maquiagem pra nos ofuscar e embebedar. Tinha um bom e mau humor na medida que não nos deixavam exacerbados e enjoados. Eu a conheci na faculdade, éramos estudantes de enfermagem.
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Helena aos 19 anos no banheiro trocando de roupa, entra Solange, uma moça negra, muito bonita e também começa a se trocar. Helena olha pra ela, sendo refletida no espelho. Solange tira a calça e o sutiã , deixando a mostra para os olhos curiosos de Helena.
Ela ficava olhando pra aqueles seios tão diferentes do dela, bonitos, grandes, as costas dela, um lençol que tinha vontade de se cobrir com elas, a cintura fina que cabia  perfeitamente em suas mãos.de unhas mal feitas e calejadas pelas atividades domésticas que a mãe a obrigava  a fazer e também pra ter com que sustentar o sonho de se formar.
-Helena você está aí?
Helena se vira.
-Estou.
-Chegue mais perto.
Helena se aproxima.
-Deixa vê-los, já que ficou olhando para os meus.
-Desculpa, eu não tive a intenção...
-Não tem nada, não me incomodo, até gosto.
Solange se vira pra ela.
-Pode tocar neles.
Helena sem palavras pra ousadia nas palavras pronunciadas por Solange e antes que pensasse em alguma resposta Solange a beija.
Helena a empurra, veste a roupa rapidamente e sai.
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-Eu não sabia que ela era, apesar de saber que tinha colegas que faziam isso, ela era tão feminina que me pegou de surpresa, nem desconfiava.
-E depois como ficou?
-Aquele beijo ficou em mim, mesmo lavando a boca, mesmo rezando que a vontade passasse.
-Foi o seu primeiro beijo?
-Foi. Eu não era a garota para qual os rapazes olhavam e perdiam tempo em cortejar, e era a amiga que era posta de lado quando era conveniente.
-E depois disso o que aconteceu?
-Eu decidir cortar qualquer relação com ela, pra não ficar mal falada, e principalmente não ser tentada. Eu várias noites tinha sonhos com ela, mesmo não querendo ter e eu tinha a certeza que era o Diabo me tentando, pra ver a desonra da minha família. Sofria tanto com esse desejo que as noites em meio as minhas orações, eu com o cinto do lado, batia com o cinto na minha vagina, era 20... 50... quantas fossem necessárias pra passar o desejo e só restar a dor, mas me davam mais prazer.
-Ela nunca tentou falar com você?
-Ela respeitou o meu desejo e acho que também ficou extremamente envergonhada.
-Uma pena, uma coisa tão simples tenha provocado tanto sofrimento a você.
-Eu cheguei até a pensar em namorar um menino feio da igreja, que seria a alegria para o meu pai, que pra ele pra mim só existia Jesus. - sorrir -Ele teve três filhos, o único homem, mais novo, morreu afogado num rio aos 14 anos, depois de 11 anos esperando um filho homem, perdê-lo numa tragédia, acho que essa dor foi o matando aos poucos e minha irmã mais velha, Glória, já estava encaminhada, namorava um rapaz de boa família e de boa índole, e principalmente uma família abastada. E eu não pensava em namorar, só estudar e ir pra igreja, eu me cobria toda, usava saias longas, não dava um sorriso pra homem algum. Eu achava os meus seios grandes, pedi pra minha mãe me ajudar a diminuí-los, porque sabia que isso atraía os olhares de homens.
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-Helena! - Glória.
Glória ver a irmã sentada na bacia do banheiro com uma faca e cheio de sangue.
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-Eu tentei tirá-los de mim. Aí viram que meu caso precisava de tratamento.
-E Solange?
-Solange morreu, não aqui no meu coração, nem na cabeça. Solange era desatenta, andava sempre com a cabeça nas nuvens. Foi atropelada a uma quadra da faculdade. Ainda lembro ela estirada no asfalto à espera de ajuda.
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-Uma moça foi atropelada, uma negrinha, parece que era aluna da faculdade. Onde já se viu cara de empregada ser estudante de enfermagem.
Helena começa a chorar, se aproxima do círculo de pessoas .
-Com licença.
Ver Solange deitada ainda com os olhos abertos, que olha pra ela. Helena se abaixa.
-Desculpa Helena.
-Desculpa Sol.
-Você tem olhos tão bonitos.
-Vai ficar tudo bem.
-Seja feliz Helena.
-Alguém ajuda aqui!
-Ixi morreu! - Uma senhora.
-Solange! Solange!
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-Faltavam 4 meses pra nos formamos, foi uma perda muito grande e um vazio. E eu fiquei me perguntando se ela era feliz. Eu não aceitava alguém ser feliz assim, desse jeito, não conseguia compreender, mesmo não sendo feliz. - chorando.
-Quer continuar?
-Glória casou. E pra mim não me restava  muita coisa, não dava pra escolher como ela, devido aos meus poucos atributos, Tinha Flávio um homem bom, um pouco mais velho do que eu, motorista de ônibus, pro desagrado do meu pai, mas pelo menos estava empregado e o mais importante, tinha se interessado por mim. Começamos a namorar no sofá e depois na porta de casa e em pouco tempo casamos. Eu tinha uma única qualidade importante na época, era virgem.
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Flávio já deitado na cama, entra no quarto Helena, toda tímida e envergonhada, só de camisola.
-Deita aqui. - ele bate com a mão na cama.
Ela se aproxima, senta na cama, deita depois de fazer uma oração, fica parada, imóvel, afastada com medo de aproximar seu corpo do outro.
-Você estava tão bonita de noiva.
-Obrigada.
Pega na mão dela.
-Vai doer? - ela chorando.
-Calma querida. - ele alisa o rosto dela e enxuga as lágrimas dela.
-Eu não sei como faz, nem por onde começa.
Ele a beija, desce a mão pelos seios dela, até chegar no meio das pernas dela, ela começou a tremer com aquilo, ele desce uma alça da camisola e depois a outra, deixando os seios dela a mostra, ele ver a cicatriz.
-Por que você quis tirar seios tão bonitos?
-Porque tinha medo de olhos como esses.
Ela se vira.
Ele suspende a camisola pra ver a bunda dela, ela fecha os olhos pedindo que aquilo terminasse logo.
-Vire-se pra mim.
Ela se vira pra ele.
Ele tira a bermuda, o pênis dele já estava ereto. Deita sobre ela, tira a calcinha dela, e começa a penetrá-la e ela a sentir dor.
-Para.... para, por favor para. - ela bate nele.
E ele sai de cima dela, ela se cobre e fica sentada na cama.
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-Ele tentou mais uma vez sem sucesso e depois ficou enfurecido, foi dormir no sofá. Pedi desculpas no dia seguinte. Conversei com minha mãe e ela disse que era minha obrigação, que doía, mas depois se acostumava, que o importante era relaxar, que pensasse em outras coisas. E ele tentou novamente na noite seguinte. Ficou não sei quanto tempo metendo, eu tentava o parar, mas ele continuava, virei de costas pra ele e ele insistiu, e lá não demorou muito pra ele gozar. E assim passou um ano, grávida da nossa primeira filha, minha mãe já era viúva do meu pai. Era casada, trabalhava, ele ficava descontente, eu ganhava mais do que ele. Em 4 anos tive três meninas, Clara, Isabela e Fátima. Sair do emprego por ele insistir muito que eu tinha que ter  mais tempo para as meninas. E as vezes inventava desculpas pra ele não me pegar, dizendo que estava cansada, ou que tinha que fazer algo na rua, ou plantões. Eu rezava que terminasse logo e eu não me acostumava como minha mãe disse que aconteceria.
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Flávio gozando dentro dela, sai de cima dela. Deita do lado e começa a roncar. Ela se vira de lado e começa a chorar.
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-Ele ficou deixando de ser romântico ou talvez nunca fosse. Ele se transformava na cama, as vezes eu demorava de ir pro quarto, ele ia me buscar aonde estivesse  não tinha mais os plantões como desculpa e as minhas amizades ele cortava todas. Era insuportável sentir o cheiro de álcool que vinha de sua boca tentando me beijar, em cima de mim. E numa dessas noites ele me deu um murro no olho. Disse que eu era a mulher dele, que não tinha que tá na rua aquela hora.
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Helena passando roupa, quase queima a mão. Coloca o ferro em pé na tábua, olha para o ferro, pega o ferro e vai até um espelho. Olha-se no espelho, abaixa a saia e coloca o ferro quente sobre sua vagina.
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-Eu pensei que com aquela queimadura ele não ira mais me querer. Ele falou pra minha mãe e minha mãe pediu pra minha irmã conversar comigo, já que ela tinha mais experiência de casada, e minha mãe não tinha nenhum traquejo pra conversar sobre essas coisas.
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-Você é feliz Glória?
-Sou casada.
-E a felicidade é só o casamento?
-Eu amo o meu marido e os meus filhos.
-E só isso basta?
-Meu pai não deveria ter deixado você fazer faculdade. Só sabe fazer perguntas. Sou feliz, tenho nome, você também deveria, Flávio é um homem bom e lhe suporta Helena.
Glória joga um frasquinho de remédio em cima da mesa.
-Isso vai lhe deixar anestesiada, não vai sentir nada.
Helena pega o frasco.
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-Fiquei viciada no remédio por um tempo como ela disse passei a não sentir nada, mas ele continuou reclamando, disse que era como se tivesse transando com alguém morta e eu tinha vontade  de estar morta as vezes, não sentia, mas ainda via. Aí minha irmã começou a me aconselhar a voltar a trabalhar e pediram pra ele permitir, fiz um curso, já tinha um tempo parada, voltei a trabalhar, na mesma época que me tornei fumante. E nessa época conheci a doutora Roberta. Eu tinha 40 anos e ela 45. Todos sabiam que ela era homossexual, mesmo ela não falando de sua vida pessoal, não tinha filhos e tinha um jeito bem masculino, voz forte, grossa, cabelos mais louros que os meus, vivos sabe. Apesar do jeito masculino, andava sempre de batom, mas discreto e o perfume dela exalava pelos corredores, suave, meio amadeirado ou de rosas. Nessa época já estava bem afastada da igreja, devido ao trabalho e Flávio que não gostava. Ela sabia que eu fumava e quando esquecia o cigarro me pedia um.
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Helena fumando do lado de fora do hospital.
-Helena você me ver um cigarro?
-Sim, doutora Roberta.
-Me chame só de Roberta, temos quase a mesma idade e somo colegas. É casada há quanto tempo?
-Quase 16 anos.
-Eu também já fui casada por um tempo, só por 10 anos. Ela arranjou uma moça mais nova do que eu, da idade dela, fez uma boa troca. - ela ver o rosto assustado de Helena -Desculpa, você já deve saber que sou homossexual.
-Sim, já ouvir falar sobre.
-Sei, não precisa se desculpar, sei que falam de mim pelos corredores, ás portas fechadas. - sorrir - Quero você na minha equipe Helena.
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-Ela disse que eu era atenciosa e amorosa com os paciente, que eu tinha toda a paciência do mundo, mesmo para as tarefas desagradáveis, e que gostava disso em mim. Disse que eu precisava sorrir mais, que eu tinha um sorriso bonito e fazia piadas pra me fazer rir. E num natal, que sempre passava na casa da minha irmã, ela fazia questão de eu ver a bonita mesa que ela fazia, e principalmente ver a mesa cheia, farta que tinha.
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-A vizinha descobriu que o filho é gay e não expulsou o menino de casa. Pode uma coisa dessa?
Helena vai ajudando a irmã a colocar as coisas na mesa, ouvindo a vizinha falando.
-A médica com você trabalha é homossexual não é minha irmã? Ela já deu em cima de você?
-E deixam pessoas como ela serem médicas? E se ela passar alguma doença aos pacientes?
-Quanta ignorância! A vida é dela, vocês só sabe julgarem a vida dos outros.
-O que é isso Helena? - Glória.
Helena deixa o peru sobre a mesa.
-Vocês não passam de duas infelizes no casamento, então deixa quem quer ser feliz do jeito que quiser ser.
A irmã segura no braço dela.
-Você defende essas coisas Helena?
-Eu defendo a liberdade das pessoas.
-Deixa o padre e minha mãe souberem disso e até o seu marido.
-Sabe, coma todo o seu peru e toda a sua ceia sozinha. Porque eu sei que o seu marido vai chegar depois da meia noite. E o que lhe garante que ele não esteja dentro de alguma sauna agora?
Glória dá um tapa em Helena.
-Feliz Natal minha irmã.
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-Até o meu marido passou a notar que falava muito de doutora Roberta.
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-Você só fala agora dessa doutora Roberta!
Eles se arrumando para irem para a cama.
-Ela fala que tenho mãos de anjo, que todo paciente que eu pego, eu curo.
-Mãos que não conseguem pegar direito a rola do marido.
-Como você é grosseiro. - ele dá um tapa nela.
-Pede desculpa.
-Desculpa. - chorando - Você nunca me faz um elogio.
-Porque você não serve pra nada, até o meu bife você faz errado. - ela olha pra baixo - Até uma mesa tem mais serventia que você. Por acaso você já fez alguma coisa nojenta, alguma imundície com essa daí?
-Você está me ofendendo.
-Tire a roupa.
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-E eu me aproximava cada vez mais dela e até começaram a achar no trabalho que estávamos tendo alguma coisa , que eu fiz logo questão de dizer eu era uma mulher casada, que não passava de amizade e eu voltei a sentir aquelas coisas, a tentar negar a mim mesma que estava sentindo algo mais por Roberta, voltei pra igreja, me confessei ao padre, ele pediu pra eu pedir demissão, sair da equipe dela, me afastar. Até que um dia.
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Helena entra em casa pra pegar a sua carteira que esqueceu em casa, ver a porta aberta e roupas de mulher pelo chão e ver o marido com outra na cozinha, volta pra sala, eles não a viram.
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-Naquela hora fiquei confusa, abalada, era uma mistura de desencanto com felicidade, porque se ele me traía significava que não me amava mais, poderia ser o fim do nosso casamento. Mas nunca tive coragem de falar sobre isso e ele nunca falou sobre isso. Ele sofreu um acidente, foi afastado do trabalho, até morrer por consequência da diabetes. Eu agradeci quando ele morreu, eu sofri muito na mão dele.
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-Helena.
Roberta vira o rosto de Helena.
-Quem fez isso com você?
-Meu marido.
-Meu Deus Helena pra quê viver assim?
-Você não entenderia, eu vivi sempre pra agradar os outros.
-Não, você que não entende, sabe apresentar alguém que não é a pessoa dos sonhos pros seus pais, que não é um namorado, ver a decepção dos seus pais a ouvirem que eu era moleque macho. A única forma que tive pra orgulhá-los foi através do estudo e mesmo assim meu pai diz: " Essa aí estudou, mas deu pra sapatão. É médica, mas gosta de uma buceta" . Você é bonita Helena.
Helena a beija, Roberta a afasta.
-Helena você está confundindo as coisas, eu tenho uma namorada.
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-Ela não demorou muito, foi embora, se mudou pro sul do Brasil, a namorada era de lá. E eu as vezes ficava me olhando no espelho, fechava os olhos e era capaz  de sentir o cheiro dela, de sentir os cabelos dela pelas minhas mãos, como ela era bonita. Acariciava os meus seios e levava as minhas mãos lá embaixo e sentia uma coisa que nunca sentir com o Flávio.
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Helena estende as roupas na corda, joga algumas roupas na cama e alguns pegadores também depois. Coloca algumas roupas no armário, fechas as portas e se ver no espelho, estava sozinha, encosta a porta, tira a blusa, prende dois pegadores em cada seio, na vagina, deitada sobre a cama.
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-As vezes quando acendia  uma vela pra algum santo, depois eu ia para o quarto e me trancava lá e percorria com uma vela acesa o meu corpo nu, cada gota que caía e me queimava me excitava e me punia. Já tem 5 anos que estou viúva de Flávio.
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Helena colocando a mesa para as filhas.
-Duas meninas se beijaram na faculdade, na frente de todos, uma coisa nojenta, não tem respeito. Vontade que tinha era partir pra cima delas, pouca vergonha. - Clara.
Helena deixa cair um prato.
-Mãe tudo bem? - Isabela.
-Minhas mãos estavam molhadas, só isso.
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-Nunca vi tanta intolerância e tanto ódio, por isso nunca contei as minhas filhas. Uma vez Isabela tentou conversar sobre isso comigo, porque guardava nas minhas coisas a foto de Solange e da doutora Roberta.
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-A senhora tem fotos de duas moças nas suas coisas, mas não tem de papai.
-Foram minhas amigas.
-Só isso mãe?
-O que você quer dizer?
-Eu sei que papai te fez sofrer muito. E você olha diferente algumas moças.
-Impressão sua.
-Mãe, confia em mim.
-Eu não quero continuar essa conversa, quero ficar sozinha Isabela.
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-Permaneci viúva, nunca mais me envolvi com alguém, de casar.... namorar. Clara casou-se, Isabela foi estudar fora, em Portugal, só ficou comigo a mais nova. Fátima, que tem hoje 23 anos.
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-Está chorando meu anjo.
Ela senta na cama ao lado da filha.
-Eu sou gay mãe e eu não sabia como contar isso a você, me desculpa.
-Meu anjo. antes de qualquer coisa que você seja ou deixe de ser, você é minha filha e eu te amo.
Helena a abraça e as duas choram.
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-Ela teve a coragem que nunca tive, Clara, a irmã mais velha não aceitou muito bem a notícia.
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-Você vai deixar ela namorar meninas? É isso mesmo que estou ouvindo?
-O mundo mudou. E eu prefiro que a minha filha escolha com quem ela quer ficar e a forma que ela escolher pra ser feliz, não vejo crime nisso.
-E eu não quero ela na minha casa.
-Então também você não vai querer sua mãe. Porque se minha filha não é bem aceita aqui, eu também não sou. Meu Deus Isabela ficou feliz por Fátima decidir contar a família.
-Isso pra mim não é família,
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-Ela tem 4 filhos atualmente, deixou de trabalhar e tá grávida de gêmeos, o marido passou um tempo desempregado, ela voltou a se aproximar de mim, os ajudei como pude. Infelizmente ela fala o mínimo possível com a irmã.
-E você nunca tentou ter nada com outra mulher?
-Não suportaria ter o ódio da minha própria filha, e também já  tô velha pra isso, mas sim , eu já tentei, eu queria saber como era e se aquilo me deixaria satisfeita. Eu contratei os serviços de uma prostituta, ela me atendeu em sua casa, eu escolhi uma que fosse bem distante da minha casa, não poderia correr o risco de alguém saber.
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A prostituta vai tirando a roupa em frente de Helena sentada na cama. Ela tira o sutiã e joga pra Helena, se aproxima dela. Helena toca nos seios dela, os aperta e olha pro rosto da jovem, essa beija o seu pescoço e rosto.
-Sem beijo.
-Está bem.
Começa a desabotoar a blusa de Helena.
-Eu não consigo, desculpa. - Helena se levanta.
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-Eu fiquei imaginando minha mãe de onde ela estivesse, como ficaria desapontada.
Nessa hora lembrei da minha mãe que tentava me colocar em tudo que é curso, e eu  fazia nada direito.
" Você não sabe fazer nada Pedro, você vai ser incompetente pro resto da vida". " Você é igual ao seu pai não consegue fazer nada direito, só pra me irritar!". "Nem jogar uma dama você consegue jogar, um jogo minimamente inteligente". " As notas dele estão uma vergonha, é melhor tirá-lo da escola e colocá-lo na porta algum mercadinho, com sorte pode se tornar um empacotador".
-Doutor.
-Desculpa, me perdi, você pode voltar.
Algumas mães poderiam ser tão maléficas, danosas, prejudiciais pra seus filhos do que qualquer outro tipo de violência, porque dessa você não pode se defender.
-E você nunca mais encontrou a tal Roberta?
-Sim. Eu comecei a viajar com minha filha, a Fátima e decidimos visitar Isabela e no aeroporto a encontro sozinha, ela iria casar, não com aquela do sul e estava morando no Rio e me convidou para o casamento.
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-Helena como vai?
-Doutora Roberta!
-Sim, você continua linda, está com um sorriso diferente.
-Estou chegando de uma viagem que fiz com minha filha.
-E eu  estou indo pra uma, indo preparar meu casamento na Grécia, quero um casamento grego. - dão risada - Ainda casada?
-Viúva, não quero mais casar.
-Uma pena, nem todos os casamentos são ruins.
-Mas você...
-Roberta dá risada.
-Meus casamentos deram certos no período que tinham que dá. O importante é não desistir, sempre tentar.
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-E eu fui ver o casamento com minha filha, o engraçado que eu nunca tinha me maquiado, Fátima me ajudou, comprei um vestido lindo, e eu tive dificuldade de me olhar daquele jeito no espelho, de saber que ali era eu, que eu gostei do que vi, que eu estava bonita. Aprendi a gostar de mim naquela hora. - chorando.
Eu dou um batom a ela.
-Vai ao banheiro, tem um espelho lá, você é bonita Helena, e em todo e qualquer espelho você pode enxergar isso.
Nos levantamos, ela entra no banheiro, fica parada em frente ao espelho.
"Você é um homem mais ou menos Pedro, fui eu que te tornei alguma coisa"
"Você fica aí chorando pela nossa filha, ela se foi, aceita. Você não conseguiu a proteger do mundo e infelizmente o mundo não está protegido da sua amargura"
"Me diga como é ficar o dia todo com seus pacientes malucos e não ficar maluco, porque eles são malucos em procurarem logo você pra tratá-los"
"Você não coloca nada em casa, então não venha me dizer o que tenho ou não que comprar. Sua mãe fez certo, fez fama com os problemas dos outros, coisa que você nunca vai fazer, porque você é moralzinho demais".
Helena passa o batom, suspende a saia, olha a sua vagina, eu viro o rosto e ela passa o batom nos lábios debaixo.
-Por que fez isso?
-Por mais que olhe, as vezes eu queria que isso não estivesse aqui
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Helena e a filha sentadas, vendo Roberta e a sua noiva no altar., felizes.  Helena começou a se ver na outra e a melancolia tomou conta do seu corpo, fazendo a sair correndo de lá.
O que deixou de viver, o que poderia ter vivido. Como seria sua vida vida se tivesse tido coragem, se não corresse do banheiro... não corressse de Solange
Helena fica parada diante do mar, diante da bela paisagem, que a Grécia poderia lhe dá. Ela começou a pensar como a sua vida poderia ter sido diferente se tivesse aceito o beijo que Solange lhe deu, não apenas o guardado nas memórias, que agora está empoeirado e velho como tantas outras memórias de sua vida. Assim ela poderia ser feliz como estava Roberta e sua noiva, era possível ser feliz sendo diferente.
-Mãe está chorando?
Helena enxuga as lágrimas.
-O que houve? Você saiu correndo.
-Eu fico emocionada quando assisto casamentos. O meu deu tão errado, mas ao mesmo tempo deu certo, porque veio você e suas irmãs. vamos sair daqui, caminhar pela cidade - a abraça - Sem rumo, apenas deixar a paisagem nos levar.
-E o casamento?
-Só interessa a elas.
-E se nos perdemos?
-Quem sabe se perder não seja o ato de se encontrar.
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Helena sai do banheiro, me beija, eu fico parado.
-Eu não sentir nada, exatamente nada - sorrir -Obrigada doutor.
Ela sai, espero que como uma nova mulher.





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