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domingo, 29 de maio de 2011

Quero você! Capítulo 3.

I

Eu já contava com 15 anos quando conheci Paulo, ele se tornou o meu melhor amigo. Ele era alto, cabelos castanhos bem escuros, tinha um jeito de meninão. Gostava de jogar bola na quadra da escola, com isso filava muitas aulas. O ajudava nos estudos, ele era inteligente, só não gostava de estudar como eu. Era o primeiro ano dele na escola, mas logo fez vários amigos, todos gostavam do jeito brincalhão dele. Menos Mariana.
Mariana e eu crescemos juntos, compartilhamos todas as emoções da saída da infância para a adolescência. Ela era loira, tinha olhos castanhos espertos, branca, mas se notava um pouco de sol na sua pele. era inteligentíssima  .Tinha o ar de mandona , não gosta de ser contrariada, ciumenta com os amigos. Ela não gostava de Paulo, pois me afastava cada vez mais dela para ficar com ele.
-O trabalho vai ser em dupla
-Pedro, eu e você. -Mariana.
-Não, Paulo já me chamou.
Ela olha pra Paulo.
Saída da escola.
-Você não vai embora? -Mariana pergunta pra mim.
-Não, vou esperar Paulo acabar o jogo.
-Nunca mais você me acompanhou até em casa.
Eu olho pra quadra, Paulo ainda jogando.
-Acho que não vai acabar agora o jogo. Vamos.
E seguimos andando.
-Poderíamos parar para tomar sorvete. Eu ainda sei o seu preferido, creme com passas.
-Não, já é tarde, meu pai gosta de todos a mesa na hora do almoço.
-Você tá se afastando de mim. Fiz algo pra você?
-Que pergunta. Claro que não! Você é a minha irmãzinha.
Ela abaixa a cabeça.
Chego em casa.
-Estava com mariana? Ótima menina. -meu pai.
-É minha amiga.
-Homem não tem amiga mulher, isso é coisa de mariquinha.
Esqueci de contar que meu pai casou novamente, casou com Lourdes ano passado numa cerimônia simples apenas para a família. A família não teve dificuldade em aceitá-la, já que Lourdes vivia lá em casa. Depois disso diminuiu as visitas de Tia Rita a  nossa casa. Tia Rita passou a morar sozinha na Pituba.
A tarde estudava pelo menos  3 horas todos os dias. O telefone toca.
-Pedro, Paulo no telefone.
-Alô.
-Oi Pedro, vai rolar uma festinha de uma banda em Nazaré quer ir comigo?
-Não sei.
-Vamos. É cedinho e lá deve ter muitas gatinhas.
-Ok, vou.
Mas meu pai não deixou.
-Não vai para essas festas, depois acontece alguma coisa e sou chamado de inresponsável nos jornais. Não, não vai.
No dia seguinte encontrei Paulo.
-Foi bem legal, pena você não ter ido. Seus pais são chatos. Hoje é a prova de química, não estudei nada.
Vamos sentar ali.
Sentamos.
-A fórmula é A=Z mais N, sendo A, a massa, Z o número de prótons.
E Mariana do outro lado nos observando.
Mais tarde ficamos no pátio da escola, eu deitado na pernas de Paulo e ele afagando meus cabelos, me sentia tão bem com ele, tinha mãos maravilhosas e que não eram raras as vezes que eu dormia. Eu nem prestava muita atenção no papo de Paulo, Beto e Saulo que tinha se juntado a nós. estavam conversando sobre o BAVI.
-Ah Paulo tinha um defeito, torcia para o Vitória e eu era Bahia doente, agente sempre fazia graça e pegava no pé um do outro quando o time do outro perdia. mas nem assim deixávamos de ser amigos, pelo contrário o nosso laço de união ficava mais forte.
Parecíamos gêmeos, pois sentíamos quando o outro estava mal, sentíamos  a dor do outro. Eu chegava na escola e a primeira pessoa que procurava era ele e isso e isso me assustava.
Depois fomos comprar os ingressos, o jogo ia ser na Fonte Nova, a minha casa. Compramos os ingressos e depois fumamos uma na praia, presente de Beto pra nós.
Pena que no dia o Bahia perderia, fiquei tão mal e recebi consolação de Paulo que disse que da próxima  deixaria eu ganhar. O bom que voltamos de carro. Porque é muito ruim pegar ônibus depois de um clássico, muita barulheira, muita confusão.
O pai de Saulo sempre me dava carona, Saulo é daqueles amigões, gostei de graça dele, foi assim de cara. E Beto já o conheço há tanto tempo, acho que o conheci no mesmo período que Mariana..
Dessa vez quem veio nos buscar foi o irmão de Saulo e ele logo perguntou se eu era Vitória e eu mentir dizendo que era e descobrir que vivia mentindo para agradar os outros.
Eu, Paulo, Beto e Saulo fomos ao cinema ver uma estréia, eu era cinéfilo sabem.
Depois voltamos de ônibus, batendo papo sobre o filme, todos riram de mim, por ter boiado na ficção científica, Saulo atrás, eu e Paulo sentados lado a lado no banco, e ele com a mão sobre minha mão, e Beto em pá coitado no ônibus lotado.
Depois o papo parou, Paulo reparou uma espinha no meu rosto e ele tinha a mania de catar meus cravos e espinhas.
-Nossa esta está enorme.
-Pára paulo.
-Pare de comer chocolate, temos que continuar os caras mais gatos da escola.
Se ele soubesse que as minhas espinhas não são por causa do chocolate, mas  das minhas lutas de cinco contra um, adorava bater uma em homenagem a ele.
De repente o braço dele pousa sobre o meu ombro e ele acaricia a minha nuca e repouso a minha cabeça no ombro dele.
Ao saltar do ônibus nem tinha percebido que uma vizinha estava também no ônibus.
-Pedro.
-Oi Dona Carmem.
-Você gosta muito desse rapaz né?
-Somos amigos.
-Vocês são muito próximos... Você entende.
-Eu não sei do que a senhora está falando.
Eu entro em casa correndo e bato a porta.
Na semana seguinte uma apresentação na escola. Todos tínhamos que estar de roupa social. Beto me deu uma calça, já que não costumava usar.. A equipe era eu, Paulo, Beto, Saulo e Mariana. Nessa época não gostava de meninas, só de Mariana.
Ela me ajuda abotoar a camisa.
-Você está lindo.
-Obrigado.
Depois fui ao banheiro colocar a calça. Ficava com vergonha de ficar sem roupa na frente dos outros.
-Tá esperando o quê para tirar a roupa?
-Paulo.
-Nada.
Tiro a calça, reparo nas coxas torneadas de Paulo por causa do futebol, tinha ombros largos, ele era um magro falso, pois tinha corpo, poucos pêlos sobre o peito. E eu me controlando para não ter uma ereção na frente dele e também estava com as besteiras que surgiam na minha cabeça.
Na apresentação fui elogiado pela professora por ter falado claro e alto. Um avanço para uma pessoa muito tímida e com pavor de platéia.
Eu ficava com raiva de paulo, pois ele não estudava nada , eu passava a noite decorando e mesmo assim esquecia alguma coisa. Paulo convencia a platéia pelos eu jeitão descontraído, enganava bem, tinha cara de pau. Isso deixava Mariana puta da vida, pois ela era certinha, queria tudo do jeito dela.
Depois da aula Beto e Paulo me carregaram, Paulo me abraçou pelas costas.
-Me larga.
Subo correndo as escadas.
-O que deu nele? -Paulo.
-Sei lá.
Na verdade tinha medo que as pessoas percebessem o que eu sinto por Paulo.
Um mês depois Paulo fez  a cirurgia de hérnia.
-Como foi? Doeu muito muito?
-Quase estrangulava, nem sentir, fui anestesiado. Você quer ver?
-Não, estamos na sala de aula.
-E qual é  o problema?
Ele desce um pouco a calça e me mostra a marca da costura e como eu quis que ele descesse mais para ver mais.
-A nova aluna é bonita é?
-É.
-E você e Mariana? Todo mundo já percebeu que ela é apaixonada por você.
-Não, Mariana e eu somos amigos.
-E você tá gostando de alguém?
Não penso nessas coisas. Você sabe que só faço estudar.
Ele sorrir.
Aí veio meu aniversário e ele me dá uma camisa.
-Azul, minha cor preferida. Como sabia?
-Eu reparei, os eu quarto é azul, sua mochila é azul, seu tênis é azul...
-Então você é observador. -eu dou risada -Obrigado.
Ele me abraça, e como eu desejei que o tempo parasse, pois eu ficaria horas ali protegido pelos braços dele.
Na sala.
-Mariana você viu Paulo hoje?
-Deve tá jogando bola, como sempre faz matando aula..
Bate a sirene.
-Pedro dá pra você ir comigo na secretária? Preciso pegar meu histórico.
Fomos até a secretária.
-Eu vim pegar meu histórico, eu tive aqui ontem.
Mariana coloca a mão no pescoço.
-Minha corrente.
-O que foi?
-Acho que a minha corrente caiu.
-Você tem certeza que estava com a corrente? Pois acho que nem vi você com corrente hoje.
-Claro que estava com corrente Pedro, foi da minha falecida avó. Deve ter caído aí fora.
-Eu vou procurar.
Saio, não vejo o sorriso que Mariana fez por ter dado certos eu plano.
E eu vejo Paulo namorando uma menina na escola.
-Pedro achou?
-Não.
-Tá aqui minha mochila. Como sou distraída. Ali não é o Paulo, ele tá com a nova aluna da sala, não perde tempo.
-Com licença.
No dia seguinte.
-Oi Pedro.
Eu passo por Paulo sem falar nada. E todos estranham.
Na sala.
-Professora, meu celular, pegaram meu celular.
-Tem certeza Mariana? Procure direito.
-Roubaram professora.
-Todos antes de saírem abrem a mochila pra eu ver.
-Professora eu vi Paulo mexendo na mochila de Mariana. -uma aluna.
-Paulo o que você tem a dizer?
-Essa menina é maluca professora.
-Foi ele professora, esse ladrãozinho. Não fica contente em roubar minhas canetas, agora tá passando a pegar coisas mais caras. -Mariana.
-Eu não preciso nada seu garota.
-Paulo abra a mochila.
Paulo abriu a mochila e a professora foi retirando as coisas até retirar um celular.
-É esse aqui Mariana?
-Sim professora.
-Eu não roubei.
-Paulo me acompanhe até a diretoria.
-Não foi ele professora. - me levanto -Fui eu, com medo que descobrissem coloquei na mochila dele.
-Pedro. -a professora espantada -Você vai tomar uma suspensão para aprender a não fazer mais isso.
Mariana olha pra mim e a professora me leva até corredor. fico sentado na poltrona esperando. Mariana aparece com lágrima  nos olhos, parecendo que estava com ódio.
-Por que você faz isso?
-Por que não foi ele. É injusto alguém receber a culpa sem ter.
-Mas também não foi você. Por que você defende  esse menino tanto?
-Porque o conheço mais do que a mim mesmo.
-Qual os eu problema? Estão chamando você de viado pelos corredores da escola.
-Quem está espalhando isso? Eu e Paulo somos amigos.
O diretor aparece na porta.
-Pedro.
-Diretor não foi ele, eu forjei tudo para que Paulo recebesse a culpa.
Permaneço no corredor esperando ela sair da sala do diretor. Ela sai com a mãe.
-Filha porque você fez isso? Eu não a criei assim.
-Me deixa mãe.
Ela olha pra mim e entra no carro chorando, se aproxima de mim Paulo.
-Você é o Paulo? -a mãe de Mariana.
-Sim.
-Desculpe o transtorno que a minha filha causou. Eu não sei o que deu nessa menina para ela mentir desse jeito. Tomara que ela reflita no que fez nesse período em que ela ficar suspensa. -se retira.
-Obrigado por confiar em mim. Você não precisava fazer isso.
-Precisava, precisava fazer o certo.

4 comentários:

Ygor disse...

Muito bacana historia!!

Júh Sodi disse...

Interessante, mas meio confuso de ler, confesso em que algumas partes eu me perdi, mas tá no caminho!rs

Anônimo disse...

Nossa, muito bacana a história! Estas de paraabéns.

Iguimarães disse...

conselho?! Faz isso não. Dividir histórias em blog,é complicado!
Mas a história é boa

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