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sexta-feira, 23 de julho de 2010

BR 324


Um se chama Cosme, o mais novo, e o outro Damião, o mais velho.
Cosme e Damião pegam a BR-324. Damião liga o rádio e começa a cantar a música. Cosme beija a medalinha de Santa Bárbara. Começa a anoitecer, Damião ainda dirige, enquanto Cosme dorme.
Damião avista uma moça alta de cabelo castanho escuros, bem curto, mostrando a nuca. Pára, Cosme acorda e abre a porta.
-Obrigada.
Ela entra e senta-se.
-Vai para onde moça?
-Feira de Santana.
-Vamos passar por lá. Antes vamos pra Mata de São João entregar uma carga.
-Que bom.
Anoitece, eles chegam a um galpão para entregar a carga.
-Aqui o dinheiro.
-Obrigado.
Ela ver tudo pelo retrovisor.
Eles voltam ao caminhão.
-Quantas cargas vocês entregam por mês?
-Tem mês que chegam a umas vinte, esse Brasil pára sem nós. –responde Damião.
-Deixa que eu dirijo Damião.
-Já é tarde, vamos ver se encontramos um hotel de estrada.
No hotel.
-Dois quartos.
-Não, eu posso dormir com vocês.
-Então um.
-É bom que economiza. –Cosme rir.
Entram no quarto.
-Você pode ficar com a cama.
Ela coloca a mochila no chão, vai ao banheiro e lava o rosto e deita. Cosme e Damião deitam no chão.
Algumas horas depois.
-Cosme.
-O que foi?
-Venha pra cá. – ela tira a blusa.
Ele vai para a cama, tira a camisa, a beija. Ela pega no sexo dele.
Ele tira a calça dela, ela lambe a orelha dele e encrava as unhas dela nas costas dele.
Damião acorda e ver tudo deitado no chão. Ele ver o suor deles, ela com a boca aberta e a cabeça inclinada para trás com o sorriso do prazer do ato.
Depois de alguns minutos, Cosme fica deitado em cima dela, vira-se e dorme. Ela levanta, vai ao banheiro, lava o rosto, ela nota o celular dela vibrando, ela atende.
-Alô... Sim, já estou com eles... Não desconfiaram de nada.
Cosme acorda, se levanta e vai ao banheiro e ver a moça caída no banheiro, ao lado dela um pote aberto com alguns comprimidos fora.
-Meu Deus. Damião! Damião.
-O que foi cara? - Damião se aproxima depois se abaixa, para ver se ela está respirando. –Está morta.
-Cara nos ferramos, ela morreu no quarto da gente.
-Desgraçada. O que vamos fazer?
-Informar ao hotel ou fugimos e deixamos o corpo aí.
Ela começa a rir.
-Como vocês são hilários. Não vão me ajudar a levantar?
Cosme a levanta.
-Você é maluca garota? Quer ferrar com a gente? – Damião.
-Eu queria animar um pouco a vida de vocês. – ela sorrir.
Damião se retira.
-Se arrume, temos que partir.
-Antes quero tomar um banho. Vocês esperam?
-Sim. – se retira.
Damião já está do lado de fora do hotel.
-Ela está tomando banho.
-Já notou que nem o nome dela sabemos? Muito menos a vida dela. Só sabemos que ela quer ir para Feira de Santana. Quem sabe fazer o quê?Ela pode ser uma fugitiva, ou até mesmo uma maluca andando a solta por aí.
-Você quer o quê? Que a deixemos aí sozinha no hotel.
-Me esquece Cosme. – se retira.
Damião sobe, escuta o som do chuveiro aberto. A ver nua, tinha um corpo bonito, ela o vê.
-Desculpa.
-Que nada. Pode olhar a vontade, vem.
Damião entra no banheiro, a beija, ele embaixo do chuveiro com roupa e tudo, tira a camisa, ela grita de prazer, enquanto ele geme. Ele beija os seios dela.
Eles descem depois, Cosme está verificando a carga.
-Eu não gosto de transar com alguém que não sei ao menos o nome.
-Manu... Manuela.
-Finalmente um nome. – rir.
-E vocês se conhecem há muito tempo?
-Vixe muito! Desde meninotes, aprontávamos um bocado, andávamos na Barra entre os gringos. Nós é feito irmão.
-Vamos, quero sair ainda hoje de Mata de São João. – Cosme.
Eles partem, Cosme nem nota que Damião trocou de roupa.
Vida de caminhoneiro é difícil, pistas esburacadas, ficar longe da família dias, se arriscar nos caminhos que são maioria só mato, mas também conhece muita gente.
Depois de alguns quilômetros encontram um engarrafamento.
-O que houve? – pergunta ela.
-Vamos ver. – Damião sai e logo depois Cosme. – O que houve?
-Acidente, caiu até carga na pista, parece que tem morto.
-Isso porque muitos trabalham exaustos por dirigir muitas horas para aumentar a miséria que ganhamos.
-Vamos rangar aqui na pista mesmo, parece que vai demorar em liberar. –propõe Cosme.
Eles almoçam. E depois de duas horas a pista é liberada, Damião ver uma casa lotérica.
-Pare, vou fazer uma fezinha.
-Você com a mania de jogar dinheiro fora.
-Só tem duas formas de enricar nesse mundo, pela sorte ou roubando, ainda prefiro a primeira. – desce.
Ao anoitecer, Damião acorda e nota que o caminhão está parado, ver as horas, 02h00min da madrugada. Não estão nem Manuela, nem Cosme no caminhão. Ele olha pelo retrovisor eles transando no lado da carroceria, ele teve raiva de Manuela, ela era uma vagabunda.
Paula, Cosme e Damião chegam em Cajazeiras e vão para uma casa. Na porta estão umas baianas que dão banho de pipoca neles.
Sobem as escadas.
-Mainha.
A mãe de santo abraça Damião.
-Ioai...Ioai
Ela é dona do mundo
Ioai...Ioai.
Iansã vence guerra.
Ioai...Ioai
Ela é dona do mundo
Ioai..Ioai.
Iansã é rainha dos raios.
Sobem as escadas e na laje está tendo uma festa regada a pagode, arrocha, cerveja e churrasco.
Paula olha tudo com certa curiosidade e se senta a uma mesa e bebe cerveja numa latinha.
-Quem é a vagabunda que está com Cosme? –pergunta uma mulata carnuda para Damião.
-Uma moça que pegou carona com a gente. –fala no ouvido dela.
Damião depois vai pra cama com uma escura, esta já está sem roupa da cintura pra cima, mostrando os seus seios fartos.
-Ainda faço feitiço pra ficar com tu.
Ele a penetra com força.
-Oi menino.
-Cadê meu pai? –um mulatinho.
-Deve ta matando a saudade com alguma nega. –o menino se retira ao responder Cosme.
-É filho de Damião?
-É. Ele tem dois, um de 17 e esse de sete. Um é de uma puta de rua e o menor é de uma piriguete que agora é evangélica.. –ri. –O mais velho ele fez com 15 anos.
-E você?
-Se tenho, deve estar por aí pelo mundo.
-A mãe de santo não é mãe de vocês não né? Ela é negra.
-Não, ela é mãe de criação de Damião, a mãe dele faleceu quando ele tinha nove anos, o pai o abandonou a mãe dele ele ainda recém nascido. E eu sou afilhado dela, filho de Ogum. –mostra a correntinha azul.
Damião se vira e deita do lado da mulher.
-Desculpa.
-Você está com a cabeça naquela vagabunda que está com Cosme.
-Sai... Merda!
Ela se veste e se retira.
Paula vai para o seu quarto e ver Damião mexendo em suas coisas.
-O que está fazendo? –ela pega as suas coisas. –Responde.
-Eu não confio em você.
-Sinto muito. Agora sai. –ele se retira.
Damião depois se encontra com a mãe de santo que joga búzios para ele.
-Ela vai tirar de você o bem mais precioso que existe. Eu vejo dinheiro, muito dinheiro. Que o seu guia lhe proteja. –beija as mãos dele.
No banheiro da casa tudo escuro, só iluminado pela luz das velas. Ele nu, ela bate as folhas nele e joga o banho.
Cosme está voltando de uma conversa com uns amigos da escola. Ele está com uma latinha de cerveja na mão.
Ele vira-se e ver Manuela e Damião se beijando, deixa a lata cair no chão. Ele vai em direção a eles e dá um soco em Damião que termina caindo em uma mesa.
-Filho da puta! –uns homens o seguram. –Me solta porra!
-Ela não presta! –ele levanta-se e coloca a mão no queixo. –Estamos brigando por causa de uma vagabunda. Nós é irmão. –chorando.
-Você não é mais nada meu. Me soltem. – o soltam. –Vamos Manu.
Ela olha para Damião e sai com Cosme de mãos dadas.
Cosme chega em casa e ver Manuela vomitando no vaso sanitário, a leva para o sofá.
-O que houve?
-Eu estou grávida. – mostra o teste de farmácia.
-É dele?
-Não.
-Mentira. Como você pode saber se é meu? Transou com os dois.
-É seu porra! – ela grita.
-Não, é dele.
-Seu cú.
-É dele.
-Se cú. Se não acredita em mim é melhor terminar. – ela chorando –Eu podia muito bem dizer que era dele, agora ele tá rico.
Ele toca na barriga dela, está com os olhos lacrimejados.
-Um filho. – sorrir –O que vai ser dele?
-Mate Damião. – ele olha para ela – Assim garantiremos um futuro para o nosso filho.
Depois se encontram com Damião que está cheio de ouro, terno e gravata.
-comprei presentes para vocês.
Um vestido para Manuela e um relógio para Cosme.
-Obrigado.
Manuela olha para Cosme.
Damião vai para um bar, sai já tarde da noite, a rua está deserta.
Cosme aparece atrás dele, Damião vira-se.
-Irmão.
Cosme levanta uma arma, está chorando.
-O que é isso? – Damião pergunta.
Mas Cosme não responde e começa a atirar um total de cinco tiros.
Damião cai no chão, se aproxima Manuela, Cosme se ajoelha.
Cosme e Manuela levam o corpo a uma construção abandonada e o deixam lá.
Depois voltam para a casa, na cama, ela sentada encostada na cabeceira da cama de calcinha e com uma blusa de botão aberta, Cosme só com um short, chorando deitado no colo de Manuela.
Pelo resto da madrugada Cosme treina a assinatura de Damião. Ela se aproxima para ver , comendo uma maçã.
No dia seguinte vão a agência, ele falsifica assinatura de Damião e pegam o dinheiro.
Cosme chega em casa, abre a porta e Paula quebra um jarro na cabeça dele e foge com uma mochila deixando a porta aberta.
Ela vai ao porto da Barra, tira algumas notas da mochila e guarda na carteira, o resto ela joga no mar. Ela olha as ondas levando o dinheiro.
Ela se lembra do dia que colocou o dinheiro na carroceria do caminhão de Cosme e Damião, estava com um casaco que escondia o rosto.
Depois se lembrou no dia que contou que estava grávida a Cosme, antes dele entrar, ela provocou o vômito introduzindo um dos dedos na boca, antes comprou um teste de farmácia e pediu a uma vizinha que estava grávida que fizesse o teste.
Ela está com uma peruca loira na Rodoviária de Salvador, ela entra no ônibus. Não entende porque está triste, desconhecia o significado do amor. Passa pelos passageiros, estava sentindo a falta de Cosme. Senta-se.
O ônibus parte, uma mãe no ônibus começa a cantar uma música para a sua filha dormir, Paula começa a chorar, era a música que a sua mãe cantava para ela na infância.
Perdeu a infância muito cedo. A mãe fica inválida depois de derrame, o pai desempregado, ela aos 14 anos começa a fazer vida para sustentar os pais. Os pais ao descobrirem como ela ganhava o dinheiro a expulsam de casa. Ela depois para no calçadão.
Ela não sabia, iria para a Cidade do Porto, em Portugal, fazer o que a vida permitiu que ela aprendesse, a se prostituir.

3 comentários:

Unknown disse...

Adorei o texto! Você se prende na leitura e fica curioso com o que vai acontecer, mas há erros de ortografia. Nos verbos, mais especificamente. Belo blog.

Aline Goulart disse...

Muito legal o texto. Percebi que vc gosta de escrever histórias bem interessante.
Beijos e muito obrigada pela visita.

Rart og Grotesk disse...

passando para conhecer o blog, vc mesmo que escreve o texto? pelo que percebi, vc gosta de escrever contos com uma pitada de erotismo, bem interessante!
se quiser, conheça o meu blog http://artegrotesca.blogspot.com

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