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sexta-feira, 4 de março de 2011

Quero você! -Capítulo 2.


I.

Notei que era diferente muito cedo e logo aprendi que ser diferente não era bom. Por que logo eu? Me perguntava. Não era legal ser diferente, as pessoas comentavam sobre mim. Minha mãe falava da minha voz, da minha aproximação muito próxima do meu amigo. Gostava das bonecas da minha prima.
Minha mãe saía e logo abria o armário para me compor com as roupas dela, ficar sobre o salto, imitar Madonna.
Me olhava no espelho e via o que eu queria ser e não era.
Minha mãe chega em casa e me ver com as roupas dela, me pega pelo braço, rasga a roupa ainda em meu corpo. Ela dá gritos, as coisas caem pelo chão e ela ainda com o cinto na mão. Lágrimas e mais lágrimas desciam do meu rosto.
-Não mãe.
-Toma! Eu não quero filho filho viado dentro de casa.
Eu no chão e ela ainda me batendo. Corro e me tranco no quarto.
-Abre a porta Luís Otávio. Abra a porta! -ela batendo na porta.
Meia hora depois os gritos cessam, eu saio. Meu pai estava a mesa com uma garrafa de pinga.
-Cadê mãe?
-Foi a igreja. Agora sai daqui, não me amole!
No dia seguinte ela me levou a igreja, achou que era encosto, no outro dia no hospital, mas eu continuava mais viado ainda.
Volto da escola e minha mãe na cozinha. Peço a bença dela, ela me olha e diz de meia boca Deus abençõe.
Vou ao banheiro, tiro a roupa e entro embaixo do chuveiro.
Meu pai costumava me olhar pela fresta da porta. Saio do banho enrolado na toalha e encontro o meu pai no meu quarto.
-Pai, cadê mãe?
-Foi visitar a comadre. Mais lindo tu fica a cada dia. -ele desprende o cinto -Tira a toalha filho pro pai ver.
Eu ando pra trás.
-O que foi? Não vai  obedecer o seu pai?!
Ele me joga na cama.
-Não, eu não quero.
-Fica de costas.
Aquilo não era a primeira vez que acontecia, o primeiro abuso aconteceu quando eu tinha oito anos, ele me levou pra pescar, mas não era pescaria. Depois disso comecei a evitar sair com meu pai, mas ainda morava com ele e toda semana acontecia.
Eu chorando agachado nú na cama, ele se veste.
-Não conta nada para sua mãe. Por que  aborrecê-la mais? Ela está muito brava com você.
Ao completar 15 anos fugir de casa, me prostituir para sobreviver, conheci Alexandre e ele me transformou na estrela na Frisson, passei a me chamar Marion Boonbygton, a rainha das performances de divas dos  gays.
-Olhe a tatuagem de São Jorge que fiz nas costas. -Emerson ou Vieta Ágape como prefere.
-Ficou bonito.
-Lá me disseram que você é de Iansã.
Coloco a  minha peruca loira preferida, porque parecia os cabelos da Vera Fisher e termino a maquiagem, me viro e vejo um altar.
-Aí comprei uma imagem de Santa Bárbara e outra de Iansã, gostou da cruz com Jesus Cristo achei sua cara, cheia de brilhantes.
Derrubo o altar e quebro as imagens.
-O que é isso?!
-Como vou acreditar num deus que diz que fez todas as coisas perfeitas, tudo perfeito, se não fez logo a mim perfeito, porque eu sempre achei que me faltava alguma coisa. -chorando. -Droga você fez eu borrar a minha maquiagem.
-Chegou sua hora Vieta. Não está pronta ainda Marion e que bagunça é essa?
-Pergunte a Vieta.
Vieta se retira com Alexandre. Logo depois eu, depois de ter refeito a maquiagem.
Estava com uma blusa transparente preta de renda que mostrava os meus seios recém comprados e uma calça de seda com um sapato de salto cano longo. Vieta me chama. Subo, os bailarinos sobem comigo. Canto primeiro Don't for cry me Argentina, ao acabar a música rebebo palmas e um grito de gostosa de fã caloroso. Alexandre me entrega o buá, enrolo no meu pescoço, bebo o meu drink que estva numa mesina ao lado e começo a cantar Vogue, mas não acabo a apresentação, desmaio, vejo por último Vieta  ao meu lado segurando minha mão pedindo ajuda.
Acordo no meu quarto., vejo Alexandre, Vieta,  Lady Zara e um rapaz.
-Ela está bem, mas aconselho levá-la em alguma clínica. -O rapaz.
-Que plano de saúde eu tenho, estou esperando a minha cirúrgia pelo SUS. -rir
-Obrigado -Alexandre.
-Se cuida.- ele se retira.
-Deve ser essas porcárias que você toma! -Vieta.
-Ele já disse que estou bem, agora por favor me deixem sozinha.
Todos saem., me levanto, tiro a peruca, solto os meus cabelos ruivos, sento numa cadeira, me vejo pelo espelho e começo a desfazer a maquiagem.

2 comentários:

Lucyano disse...

Gostei do seu blog, bem organizado.

Forte abraço
http://cinemaparceirodaeducacao.blogspot.com/

Habib Sarquis disse...

Interessante. Vou acompanhar o blog.

http://boomnaweb.blogspot.com/

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