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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Vivemos num país moral ou num país hipócrita?

Algumas vezes me espanta a ideia de moralidade que tem algumas pessoas. O que é eticamente certo? Durante os meses que se sucederam tivemos alguns exemplos em que esse conceito veio à tona, ora através da forma velada do preconceito ora como apoio pela nova visão de mundo.
O primeiro caso que cito é o caso de uma professora de educação infantil aqui de Salvador, que subiu no palco na sua hora de lazer e dançou uma música com forte apelo sexual de uma famosa banda de pagode aqui de Salvador. Foi filmado, o vídeo caiu no youtube e bastou pouco para cair na mão da diretoria da escola. Conseqüência, ela perdeu emprego, teve o seu minuto de fama através dos programas sensacionalistas que infestam a nossa TV. Hoje ela é dançarina dessa banda. Não estou aqui para julgá-la se ela é vagabunda ou não, se a direção da escola agiu certa ou não. Primeiro lugar o que ela faz da vida "privada" dela não é da minha conta. Ela só teve o azar de alguém ter filmado e postado o que ela fazia na sua vida "privada", ser professora de crianças de 5 a 7 anos. Uma vez ouvir uma frase muito interessante que é a pura verdade. Tudo se pode fazer, contanto que as outras pessoas não saibam.
Recentemente teve o caso da estudante Geisy Arruda que teve que sair escoltada pela polícia da faculdade onde estudava que hoje virou sinônimo de conservadorismo. Tudo por causa de uma saia justa, os alunos começaram a xingá-la, a causar tumulto. A história que começou através do blog boteco sujo que divulgou as imagens da confusão e logo se espalhou por todos os outros sites de notícia. A confusão provocada por esses alunos são de uma imbecilidade e nada coerente com comportamento que se espera ter um universitário.
Não vi o vídeo, e também acho que não interessa se ela provocou sim ou não com ato de parar no meio da rampa e suspender a saia, nada justifica o que esses estudantes fizeram, foi um ato de intolerância. Geisy que agora também está tendo o seu minutinho de fama agora não freqüenta mais a faculdade e espera o resultado do processo contra a faculdade. Eu comentando com uma pessoa, me espantei com uma frase dele, ele disse que ele estruparia ela com prazer por ela ter se insinuado, era isso que ela merecia. Será que um ato de violência extrema, que é um estupro justifica como condenação de uma jovem que gosta de vestir minissaia? Tenho tantas amigas que usa saias curtíssimas e nem assim as considero vagabundas. Não é a roupa que determina o que é o indivíduo.
O que o caso da professora e dessa estudante tem em comum? São mulheres que não obedecem ao padrão considerado "moral" para uma mulher. Será que se um homem dançasse uma dança com forte apelo sexual e fosse filmado teria a mesma reação do que teve o vídeo dessa professora? Será que a estudante também não sofreria intolerância se entrasse na faculdade com uma burca?
Outro caso que tenho que comentar é o caso do comercial da havaiana fit que foi censurada pouco tempo atrás por haver uma inversão de papéis uma senhora moderninha que fala de sexo casual a sua neta conservadora. O comercial pra mim foi um dos melhores que já teve, diga-se de passagem, passava-se em horário nobre. E tem muita coisa pior na TV que ainda é tolerada, por exemplo, gosto muito de Toma lá dá cá, mas algumas vezes o programa pega pesado demais com as ações e falas dos personagens.
Recentemente um caso que tem provocado discussão é a inserção de um personagem gay numa revista em quadrinho direcionada ao público jovem adulto ( acima de 17 anos). O personagem é uma criação de Maurício de Souza na revista Tina, o personagem ainda não está definido se vai ser gay ou bissexual, mas permanecerá na história, não para levantar a bandeira do homossexualismo disse o autor, mas discutir temas ligados ao universo adolescente. O que tem provocado discussões acaloradas sobre o assunto, é que Maurício de Souza é criador da obra Turma da Mônica, quadrinho dirigido a crianças, recentemente também lançou a Turma da Mônica para adolescentes que tem sido um sucesso de venda. É apenas uma jogada de Marketing? Creio que não, Maurício é profissional, não é toa que se mantém por tanto tempo na área, ele terá todo cuidado ao falar do tema. E se caso uma criança ler a revista creio que isso não vai a torná-la homossexual, já que tudo é passado de forma sutil e com mensagens sublineares.
E por que uma criança não deve saber que existe diversidade? Será que uma criança já de 11 anos não sabe discernir o que ela quer? Uma vez mostrei o vídeo do beijo de Aline Rosa e Daniela Mercury a duas vizinhas minhas de 11 pra 12 anos, elas disseram: “Sapatonas desavergonhadas, que descaramento”. Essa frase foi o reflexo do pensamento dos pais delas. Acho que se tivesse trabalhos como esse com certeza as nossas crianças caminhariam para uma adolescência mais saudável e consciente.
Por fim não acho imoral os comportamentos citados acima, o que acho imoral é um filho presenciar a morte da mãe alvejada a tiros, o que acho imoral é um pai em ato de desespero por ver um filho no fundo do poço das drogas pedir a morte do filho, o que é imoral é uma menina de 13 anos tentar matar a mãe a sangue frio por envenenamento por meio de chumbinho, imoral é uma mãe perder um filho para a violência por simples motivo de ele ser policial militar.

5 comentários:

Alcione Torres disse...

No caso da professora, ela fez muito mal, pois ensina para crianças e não precisava apelar daquele jeito. Poderia ter dançado, mas com mais decência. Se ela fosse professora de um filho meu eu não aceitaria.
No caso da piriguete da UNIBAN, ela aplicou o golpe e os bestas caíram. Agora ela é celebridade, se acha maravilhosa e quer ser cantora!
Vivemos num país hipócrita, sim, mas tem coisa que não dá para engolir.

Jean Leal disse...

Esse assunto rende muitos posts.
Vivemos num Brasil desorganizado que se baseia numa constituição morta.
FATO

Daniel Rodrigues Gomes disse...

preconceito e conservadorismo dois nomes para uma mesma coisa: burrice

Neuro-Musical disse...

No caso da professora, acho que ela deveria ter maneirado. Porque um aluno que visse sua atuação no palco, estaria ganhando um péssimo exemplo. Já na tal da Geise, acho que foi um exagero sem tamanho. Deixa ela usar a roupa que quiser e acabou! Hostilizar pra que? A vida é dela, somente dela...

http://cerebro-musical.blogspot.com

http://twitter.com/felipe_damasio

http://twitter.com/cerebromusical

Rapha disse...

é Brasil..

http://raphax.com/blog/post/Adrielly-no-comando-.aspx

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