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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A mulher do desembargador-Capítulo 5

Acordei cedo e vi que se encontrava na cozinha Dona Eulália, minha mãe e Dona Justina.
-Já notara que a nossa nova vizinha só recebe visitas masculinas. -fala Dona Justina com a sua língua ferina.
-O que não pega bem para uma mulher. -fala minha mãe como dona da verdade.
-E ainda casada. -fala Dona Eulália.
-E pior não é isso Eulália, recebe essas visitas sem a presença do marido.
-E o estariam fazendo lá?
-Conversando é que não estavam não é Augusta. -fala Dona Justina.
-Vocês deveriam ter vergonha de levantar um falso desse.-me intrometi no meio da conversa.
-O quê menino?-Perguntou assustada Dona Justina.
-Antes de ficarem cuidando das suas vidas ficam conversando da vida alheia.
-Filho você está chamando sua mãe de fofoqueira?
-O palhaço veste a carapuça que lhe cabe. -me retirei.
Só escutei Dona Justina falar:
-É nisso que dá dar liberdade aos filhos. Graças a Deus que eu e o santo do meu falecido não tivemos filhos.
Já estava acabando a primavera, e entrado o verão, vinha os dias quentes e foi um pulo para o Natal passar e já estávamos em véspera de ano, faltava apenas cinco dias para encerrar o ano.
e nesses dois meses que já tinham morando o desembargador e a sua esposa, ficava a observar eles. As viagens a trabalho dele, ele carregando a sua mala bégi para colocar no seu carro azul.
E minha vontade de proteger Dona Marisa, dos homens que a visitavam e as taras que ela realizava para eles, as chuvas e a solidão das noites, amanhecia e eu já ia para janela observá-la
Só me restava a cama para satisfazer os meus impulsos de a vê-la de quatro para montá-la. Tinha medo de quebrar a cama muitas vezes, por ela balançar muito. mas o prazer que isso me dava falecia o medo, só sentia aquilo crescer em minha mão.
Depois tinha que passar água no lençol, por causa da prova da minha vergonha, mas uma vez meu pai tinha me pego no ato.
-Pai! Me solta, não! -eu gritando e chorando descendo as escadas sendo puxado pelas orelhas por ele.
-Seu desavergonhado!- ele me jogou no chão.
-Eduardo, filho. -era a minha mãe.
-Peguei este pervertido se masturbando na cama, ele vai para a rua, não quero imundos na minha casa. Já tinha tempo que eu desconfiava, porque tinha aumentado o número de espinhas dele. -eu chorando como um condenado a ir a forca.
-Pai...
-Homem pensa mais, é seu filho.
-Quer morrer tuberculoso? Quer ter lepra? Quer queimar no fogo do inferno?
-É loucura!... Ele só pode estar louco Eduardo. Satanás se apoderou do nosso filho.
Me amarraram na cama, fecharam a janela, não pôde mais ver a luz da minha vida, fiquei na escuridão do meu quarto, sem saber quando era noite ou dia, só me entregavam pão com água. Chorei em meio a minha solidão, só dava para ouvir as orações, concerteza estavam minha mãe, dona Justina, Dona Eulália em meio a oração.
O padre subiu acompanhado pela minha mãe e meu pai.
-Eu não estou com demônio padre, admito que cometi um pecado mortal...
-Não escuta ele padre, o demônio algumas vezes engana. -falou minha mãe.
-Faça de tudo padre para libertar ele deste mal, se for possível até a morte, é preferível a morte de um filho, do que esta vergonha perante a sociedade.
-Me largue! Eu não estou possuído!- comecei a me balançar na cama, com a esperança de me soltar.
-Em nome do Senhor ordeno que saia!
-Tire suas mãos de mim! Eu odeio vocês!
Amanheceu eu estava todo marcado da surra para tirar o demônio que achavam que tinha me possuído. demorou de eu ver alguém, fiquei com fome, tive que fazer as necessidades na cama, não conseguia dormir, por causa do mal cheiro que estava insuportável, e a prova das noites em claro se via no meu rosto.
Só soube que era 31 de dezembro pelos fogos, que provocavam clarões nas brechas da janela.
Neste dia as pessoas bebem, dão risada,pulam, cantam, e concerteza ela estava lá, nem sabendo que estou passando por tudo isso por causa dela.
Tinha sumido o barulho provocado pela festa e depois de algum tempo minha mãe abriu a porta.
-Até quando vão me manter aqui?
-Eu vim te soltar.
-_Por que está chorando?
-Desculpa...
-Onde se encontra papai?
-Ele está morto.
-Como?
-Ontem bebeu muito, enquanto estava dançando feliz segurando a sua garrafa, ele caiu morto no meio da multidão.
-Quero ver ele.
-Ele foi pisoteado.
-Eu queria que ele me perdoasse.
Ele foi enterrado, apesar de eu não ter recebido o perdão dele, eu não chorei no enterro, não fiquei triste com a morte dele, ele fez cair muitas lágrimas dos olhos da minha mãe. É triste você admitir que foi bom assim, principalmente quando se tratar do seu pai.

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